20/02/2017 às 18h51min - Atualizada em 20/02/2017 às 18h51min

Polícia investiga suposta "carteirada" de vereador para livrar filha de blitz

PM diz que foi vereador usou o cargo para ameaçá-los; parlamentar nega

GLAUCEA VACCARI
Correio do Estado
Vereador se envolveu em confusão com policiais. Hora da Notícia

Polícia Civil investiga denúncia de suposta tentativa de "carteirada" do vereador de Paraíso das Águas, José Divino Francisco da Silva, o Fio do Povo (PSB), para tentar livrar a filha de uma Blitz, na manhã de hoje, próximo a Câmara Municipal da cidade. Polícia Militar afirma que ele tentou usar do cargo para obter vantagem. Parlamentar nega as acusações. 

De acordo com a PM, durante blitz foi abordado um Ford Fiesta, que era conduzido pela filha do vereador. Momentos depois, Fio do Povo chegou ao local e teria gritado que estava sendo perseguido pelos policiais e, de forma alterada, pegou o celular e disse que iria ligar para o Secretário estadual de Segurança Pública, José Carlos Barbosa, o Barbosinha.

Ainda na versão dos militares, vereador os ameaçou afirmando que eles seriam “removidos para bem longe” e que “sofreriam as consequências”.

Fio do Povo teria tentado atrapalhar os trabalhos policiais, disse que era autoridade e o carro da filha não poderia ter sido abordado e anotou os nomes dos militares em um caderno.

Policiais se sentiram ofendidos e humilhados por conta da situação, que teria ocorrido na frente de várias pessoas, e registraram boletim de ocorrência por ameaça e desacato na Delegacia de Polícia Civil.

Em sua defesa, vereador afirmou que presenciou o momento em que a guarnição abordou sua filha, que estava em um carro estacionado, e solicitou que ela apresentasse a carteira nacional de habilitação (CNH).

Mulher informou que não estava com o documento e pediu que os policiais aguardassem que ela pediria ao irmão para levar a CNH.

Segundo o parlamentar, ele também presenciou quando uma idosa, ao passar pela blitz também sem documentação, foi liberada de imediato.

Dessa forma, decidiu questionar os policiais sobre o motivo de sua filha ter sido notificada e a outra mulher não, perguntando se a lei não era para todos e que os mesmos estavam deixando de cumprir uma obrigação. Militares teriam dito para que ele procurasse seus direitos.

Fio do Povo nega que tenha citado o secretário Barbosinha ou qualquer outra autoridade do Estado e afirma que não ameaçou os policiais. Ele também procurou a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência por preservação de direito.


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