21/01/2018 às 09h28min - Atualizada em 21/01/2018 às 09h28min

Descuido com mosquito da dengue abre alas para a febre amarela

alta de atitudes simples, como combater o mosquito e não se vacinar contra a doença, alertam autoridades para ressurgimento de vírus na cidade

Anahi Gurgel
campograndenews

Eliminar criadouros do Aedes aegypti vai muito além dos cuidados para prevenção de dengue, zika vírus e chikungunya, já que o mosquito é transmissor também da febre amarela urbana. Esta última doenças não é registrada no Brasil há mais de 70 anos e, com a vacina, seu retorno é muito difícil - mas não impossível, alertam especialistas.

Foi no início do século passado quando o governo federal cirou um plano de erradicação do Aedes aegypti – transmissor da febre amarela nas áreas urbanas, tornando a vacinação obrigatória e eliminando o mosquito.

“O vírus desapareceu das cidades, mas sobreviveu nas matas. Ele conseguiu se adaptar aos mosquitos silvestres Haemagogus e Sabethes, que se alimentam do sangue dos macacos. Se esses insetos picam um macaco infectado e depois um humano não vacinado, podem transmitir o vírus”, explica o coordenador estadual de controle de vetores , Mauro Lúcio 

São esse os casos de febre amarela que estão cada vez mais crescentes no País. Por isso, de acordo com Mauro, o cuidado deve ser redobrado por aquelas pessoas quem se aproximam das florestas para pescar, caçar ou acampar, por exemplo.

O último caso do tipo urbano da febre amarela ocorreu no Acre, em 1942. Ainda assim, a preocupação de autoridades e cientistas, é que a forma silvestre de transmissão da febre amarela possa se reurbanizar.

“Pode estar longe de acontecer, mas não é uma situação impossível. Se uma pessoa contaminada por um mosquito silvestre for picada por um mosquito urbano – no caso o Aedes aegypti ou o Aedes aubopictus – esse inseto também se tornará transmissor da febre amarela”, complementa.

“A vacinação é obrigatória, representa o combate à febre amarela. Uma dose completa torna imune a pessoa para o resto da vida. Em regiões endêmicas, como é o caso do Brasil, não é mais distribuída dose fracionada”, ressalta.

Para combater o mosquito, a recomendação é sempre a mesma: impedir que ele nasça, eliminando criadouros.

No Jardim Noroeste, em Campo Grande, que é um dos bairros com maior infestação de larvas do Aedes aegyupti, o que se vê em tudo quanto é canto são restos de lixos espalhados; ambientes ideais para proliferação do mosquito. 

É neste período de clima quente e úmido, que as fêmeas do mosquito procuram águas paradas, onde encontram condições perfeitas para a desova e aumentar o número de insetos. 

Nessa região, é que vive o armador Lucivan Rodrigues, 23. "Muito lixo por aqui. Na minha casa eu cuido bastante, todos os dias limpo o terreno, problema é vizinho que não cuida da parte dele. Eu não sabia que o mosquito da dengue também pode transmitir a febre amarela", disse


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