24/07/2015 às 10h03min - Atualizada em 24/07/2015 às 10h03min

Quadrilha apelidou propina de "cafézinho", "coisinha" e até "ingressos de circo"

Em escutas telefônicas, PF identificou palavras usadas para camuflar acordos

CORREIO DO ESTADO
"Cheio de charme", avião de Amorim era usado por amigos e políticos como André Puccinelli e Giroto (Foto: Divulgação)

A organização criminosa supostamente chefiada pelo empreiteiro João Amorim, dono da Proteco Construções, empreendimento que mais vence licitações públicas em Mato Grosso do Sul, quando convocava reuniões para eventuais acertos financeiros, segundo a Polícia Federal, recorria a expressões como “vem tomar um café comigo”, “preciso te entregar um documento”, “um pacote”, “uma coisinha”, “ingresso de circo”.

Isto é possível notar nos diálogos telefônicos captados por meio de escutas autorizadas pela 5ª Vara Federal, em Campo Grande.

Em um dos diálogos, Elza Cristina, sócia e secretária de Amorim, liga para o deputado estadual Maurício Picarelli, do PMDB. Ela diz que a ligação era feita a pedido de um certo “Doutor Nelson” e combina o encontro, mas o parlamentar manda sua chefe de gabinete, Márcia Regina. Mais tarde, Elza e Regina se encontram no estacionamento da Unimed, no Jardim dos Estados.

De acordo com a investigação da PF, Márcia, a chefe de gabinete de Picarelli, “recebe um pacote com dinheiro dentro”.

Antes de se encontrarem, Elza usou expressões diferentes para entregar o pacote a Márcia. Na primeira ligação, Elza diz a Márcia que o deputado pediu para procurá-la. A chefe de gabinete de Picarelli logo pergunta se era para “entregar os ingressos”.

“Elza confirma que são os ingressos do circo e pergunta se tem algum endereço para que elas se encontrem”, destaca trecho do inquérito da PF.


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