28/07/2015 às 08h57min - Atualizada em 28/07/2015 às 08h57min

Ações da Ásia têm leve alta apesar de nova volatilidade no mercado chinês

Índice MSCI de ações regionais exceto Japão sobe 0,04%. Bolsa de Xangai tem queda de 1,7%.

G1
Investidores reagem à queda das ações na Bolsa chinesa, em Fuyang, província de Anhui, nesta terça-feira, em mais um dia de queda no mercado chinês (Foto: Stringer/Reuters)

O índice que reúne ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão tentava se firmar em alta nesta terça-feira (28) após alcançar mínimas durante o pregão. A bolsa da China, que na vésperafechou em queda de mais de 8%, oscilou nesta terça.

Às 7h09 (horário de Brasília), o índice MSCI tinha alta de 0,04%, após cair quase 1% durante a sessão, tocando o patamar mais baixo desde 9 de julho.

O governo de Pequim se desdobra para sustentar o valor das ações chinesas – desde 6 de julho, os investidores venderam cerca de US$ 7,6 bilhões em ações da bolsa de Xangai. Segundo a agência estatal Xinhua, o governo vai continuar comprando ações para estabilizar o mercado financeiro e minimizar o impacto das perdas.

A China também afirmou que as autoridades vão lidar de forma severa com qualquer um empenhado em "operações mal intencionadas de posições vendidas em ações", na mais recente tentativa de Pequim de evitar o colapso do mercado.

Indicadores

Os principais índices da China tiveram um pregão agitado. O índice de Xangai chegou a cair mais de 3%, mas reduziu as perdas, fechando em queda de 1,7%.

Com a maioria dos índices acionários focados na China bastante voláteis após Pequim prometer mais apoio, a confiança continuava fraca com muitos investidores buscando sair dos mercados nos primeiros sinais de um rali.

"A confiança de investidores de varejo no mercado continental está muito fraca. Eles preferem ficar longe do mercado após liquidar suas posições", disse o diretor da UOB Kay Hian, Steven Leung.

Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,1%, a 20.328 pontos. Em Hong Kong, o índice HANG SENG subiu 0,62%, a 24.503 pontos. Em Xangai, o índice SSEC perdeu 1,68%, a 3.662 pontos. Em Seul, o índice KOSPI teve oscilação positiva de 0,01%, a 2.039 pontos. Em Taiwan, o índice TAIEX registrou alta de 0,30%, a 8.582 pontos. Em Cingapura, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,98%, a 3.281 pontos. Em Sydney, o índice S&P/ASX 200 recuou 0,09%, a 5.584 pontos.

Queda de mais de 8%

As ações asiáticas fecharam em queda na segunda-feira em meio a perdas em Wall Street e preocupações sobre a China, enquanto investidores preparavam-se para a reunião do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que pode dar outro passo em direção à elevação da taxa de juros no país.

Na China, a bolsa de valores de Xangai caiu mais de 8%, com a confiança ainda impactada pela leitura fraca da pesquisa Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial. Essa foi a maior baixa desde fevereiro de 2007.

O índice PMI preliminar dos diretores de compras para a China, calculado pela empresa financeira Markit, ficou nos 48,2, abaixo do limite dos 50, o que é sinônimo de contração.

O que está acontecendo com a bolsa chinesa?

As ações chinesas vêm perdendo valor desde o mês passado. De junho até agora, a queda chega a 30%. Os dados da economia chinesa não têm sido muito positivos ultimamente, e isso vem gerando temor entre os investidores sobre a "saúde" do país. O PIB do primeiro trimestre, por exemplo, apesar de ter crescido 7%, mostrou o pior ritmo em seis anos.

Dólar

O tombo da bolsa chinesa influenciou no forte alta do dólar ante o real, renovando a máxima em mais de 12 anos. A moeda norte-americana avançou 0,50%, a R$ 3,3640 na venda. Foi a maior cotação desde o dia 28 de março de 2003, quando o dólar encerrou a sessão a R$ 3,3757.

Nos mercados externos, o tombo de mais de 8% da bolsa chinesa, o maior desde 2007, trouxe de volta aos holofotes a desaceleração da segunda maior economia do mundo, que é um importante parceiro comercial do Brasil.

"A China é uma referência para quem investe em emergentes. Se a bolsa lá piora, o investidor também fica com um pé atrás para investir aqui", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.


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