28/08/2015 às 18h20min - Atualizada em 28/08/2015 às 18h20min

Vélber deixa prisão após susto em rebelião e faz vaquinha para pagar pensão

Vélber, ex-atacante de São Paulo e Paysandu, ficou preso por dois meses e 26 dias

UOL
Foto: Divulgação.

O atacante Vélber, que brilhou no Paysandu há dez anos disputando jogo histórico contra o Boca Juniors e que jogou também no São Paulo, Remo e Tuna Luso, viveu dias de sufoco bem diferente da época de fama no futebol. Na semana passada, ele deixou a prisão após dois meses e 26 dias de encarceramento por falta de pagamento da pensão de dois de seus quatro filhos.

"A família do Vélber nos procurou quando ele já estava preso. Ele mesmo se entregou porque não tinha mais nada a fazer. Não tinha dinheiro para pagar, não tinha bens e estava cansado da situação. Nem havia um mandado contra ele", diz Fabio Santos, advogado do Sindicato dos Atletas Profissionais do Pará.

Vélber passou por momentos de celebridade e por um grande susto na cadeia. "Ele é muito conhecido e era requisitado pelos presos para jogar bola com eles. Mas quase morreu na rebelião do dia 6 de agosto", dia Fábio Santos.

Quando os presos se rebelam, procuram fazer reféns. E o alvo são outros presos, com nível superior. Gente que, como Vélber, não pagou pensão alimentícia. A polícia agiu rapidamente e colocou Velber em uma outra cela, longe da rebelião. Mas ele se desesperou e fez uma corda, com o lençol, para fugir.

"Foi então, que o pessoal da Tropa de Choque, que estava do lado de fora, o colocou na mira. Vélber foi salvo por um agente prisional que avisou ao policial que aquele preso não estava fugindo, era só o Vélber e que não levava perigo a ninguém", lembra o advogado.

Enquanto não consegue um time – está parado desde 2013, quando defendeu o Cametá – o meio-campista precisa conseguir R$ 125 mil para pagar sua dívida.

Um valor contestado por Fábio Santos. "Ele tinha de pagar três salários mínimos por mês. Nunca pagou o valor total, mas nunca deixou de pagar uma parte. Dava quanto tinha. E fizeram um cálculo como se nunca houvesse pago um tostão. Queremos pagar, mas esse não é o valor correto", diz o advogado.

Ele está procurando dirigentes do Remo e Paysandu em busca de alguma ajuda para Vélber. Uma vaquinha ou um amistoso que ajude no recolhimento de dinheiro. "Ele errou, mas também foi injustiçado. Esses números não batem e o ídolo precisa de ajuda".

Vélber, aos 37 anos, ainda acredita em seu futebol. "O que eu sei fazer na vida é jogar futebol, tenho idade pra jogar, o Rivaldo tem 42 o Zé Roberto tem 41 e estão em atividade. Por que eu não posso jogar? Não bebo, não fumo, me cuido e tenho condições de voltar a jogar principalmente aqui em Belém", disse Vélber, recentemente ao Diario do Pará. 


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