30/09/2015 às 16h24min - Atualizada em 30/09/2015 às 16h24min

Hantavírus é “hipótese forte” para morte de jornalista, diz médica

Priscilla Sampaio, 32 anos, passou férias no Nordeste e há dez dias retornou para Campo Grande. Priscilla passou mal no domingo e foi internada na manhã de segunda-feira. Com pneumonia muito grave, quadro se agravou e a jornalista faleceu na madrugada de hoje.

CG/News-JJM
Priscilla Sampaio tinha 32 anos e morreu nesta madrugada. (Foto: Reprodução/Facebook)

A causa da morte da jornalista Priscilla Sampaio, 32 anos, será esclarecida somente após uma bateria de exames, contudo, a hipótese mais forte é de hantavirose. De acordo com a médica nefrologista Heloísa Fujinaka, que atendeu a paciente no Hospital da Unimed, a doença é rara, mas já teve caso em Mato Grosso do Sul.

“A hantavirose é uma hipótese forte. Porque normalmente é um quadro rápido, como o caso dela. Mas ainda não se pode bater o martelo”, afirma a médica, que foi autorizada pela família da paciente a repassar informações sobre atendimento.

A jornalista passou férias no Nordeste e há dez dias retornou para Campo Grande. Priscilla passou mal no domingo e foi internada na manhã de segunda-feira. Com pneumonia muito grave, ela foi direto para o CTI (Centro de Terapia Intensiva).

Desde então, o quadro só se agravou e a jornalista faleceu na madrugada de hoje. Segundo a médica, a equipe recorreu, inclusive, a uma nova tecnologia, chamada de troca sanguínea por membrana de oxigenação extracorpórea. “Mas não teve jeito”, lamenta.

De acordo com Heloísa, em geral, pneumonia não tem quadro tão grave em pessoas sem comorbidades. “Não é frequente. Por isso que a gente quer saber mais ainda qual foi o micro-organismo que provocou infecção tão grave”, diz a médica.

O filho e o marido da jornalista também viajaram para o Nordeste, mas não apresentaram sintomas.
O hantavírus é transmitido por fezes de rato. O ser humano adquire a doença por meio das vias respiratórias. Os médicos aguardam resultados dos exames. A princípio, foram descartados o vírus H1N1 e dengue.

A SES (Secretaria Estadual de Saúde) informa que investiga a morte, mas não parte de uma suspeita em específico. Foram solicitados exames para várias doenças: como outros tipos de gripe, dengue, hantavirose, chikungunya e síndrome respiratória aguda. Parte da bateria de exames será feita no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. O resultado deve sair em até 20 dias.

Priscila estava de férias e retornaria hoje ao trabalho na TV Morena, afiliada da Rede Globo. Ela era chefe de reportagem e apresentadora da previsão do tempo. O velório acontece no cemitério Jardim das Palmeiras, localizado na avenida Tamandaré, 6.934, Vila Neusa, em Campo Grande.

Morte em 2012 – Em fevereiro de 2012, um homem de 24 anos, que morava na zona rural de Porto Murtinho, morreu vítima do hantavírus. O paciente deu entrada no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, em Campo Grande, já entubado e seguiu para a emergência, onde morreu horas depois. Ele apresentava insuficiência respiratória e quadro de pneumonia grave, atingindo os dois pulmões. O quadro clínico chegou a ser confundido com gripe e dengue, mas exame laboratorial atestou hantavirose.

Na década de 50, a doença foi detectada na Coréia. Em 1993, no município de Juquitiba (SP) foi descrita a ocorrência dos três primeiros casos no Brasil. A doença é transmitida ao ser humano por ratos silvestres.


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