30/10/2015 às 19h01min - Atualizada em 30/10/2015 às 19h01min

Ataque com míssil deixa mortos e feridos na Síria

CORREIO DO BRASIL
Moradores olhando destroços em Damasco, Síria

Após forças do governo sírio lançarem mísseis contra um mercado em uma cidade próxima a Damasco, pelo menos 40 pessoas foram mortas e cerca de 100 ficaram feridas , informaram nesta sexta-feira um grupo de resgate local e um grupo que monitora a guerra.

Tropas do governo dispararam 12 mísseis em Douma, a 15 quilômetros de Damasco, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Em sua página no Facebook, o grupo Defesa Civil Síria postou uma foto  de cerca de uma dúzia de corpos ensanguentados deitados no chão, e informou que mais de 45 pessoas morreram no ataque.

Bombardeios

Na quinta-feira, ataques aéreos na Síria tiveram como alvo 12 hospitais e, assim, violaram o direito internacional, afirmou a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF). Os bombardeios mataram ao menos 35 pessoas, entre pacientes e trabalhadores das unidades médicas, e feriram outras 72 pessoas.

De acordo com a MSF, “uma escalada de ataques” em Idlib, Hama e Aleppo em outubro forçou o fechamento de seis dos 12 centros médicos, dos quais seis são gerenciados pela organização. Além disso, quatro ambulâncias foram destruídas.

Não foi intensificado pelos Médicos Sem Fronteiras quem é responsável pelo “aumento significativo” de ataques aéreos. Na mesma região, a Rússia vem realizando uma campanha aérea em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, desde o fim de setembro. O governo em Moscou tem sido acusado por outras instituições médicas de caridade e organizações de direitos humanos de matar civis e de bombardear hospitais.

Durante os cinco anos de guerra civil na Síria, aproximadamente 700 profissionais da saúde foram mortos e 313 ataques foram realizados a centros médicos no país, de acordo com dados da organização Médicos pelos Direitos Humanos (Physicians for Human Rights, em inglês). Mais de 90% desses ataques foram cometidos por forças do governo sírio.

– Depois de mais de quatro anos de guerra, continuo espantado com a forma como o direito humanitário internacional pode ser desrespeitado tão facilmente por todas as partes envolvidas nesse conflito – disse o chefe da MSF na Síria, Sylvain Groulx. “É o caso de questionar se esse conceito está morto.”

A MSF afirmou que os recentes ataques aéreos e combates também deslocaram dezenas de milhares de pessoas. E, com o inverno se aproximando, dificultam ainda mais o “já difícil acesso aos cuidados de saúde para essas populações deslocadas”.

Os bombardeios a hospitais na Síria vêm à tona pouco menos de um mês depois de um ataque aéreo dos EUA em Kunduz, no Afeganistão , ter atingido um hospital da MSF, matando mais de 20 pessoas. A MSF também acusou a Arábia Saudita de ter bombardeado hospitais no Iêmen .

Aeroporto em Bagdá

Cerca de 15 foguetes caíram na quinta-feira perto de um acampamento ao lado do aeroporto internacional de Bagdá que abrigava membros de um grupo exilado da oposição iraniana, informou um porta-voz do Exército iraquiano, e um porta-voz do grupo disse que 23 de seus membros foram mortos.

Não ficou imediatamente claro se a Organização dos Mujahidin do Povo Iraniano, sediada no Iraque desde a guerra entre Iraque e Irã nos anos 1980, era o alvo dos ataques.

Até o momento, 23 moradores, incluindo pelo menos uma mulher, morreram no ataque, e dezenas ficaram feridos, disse Shahin Gobadi, porta-voz do grupo em Paris, em nota. Ele disse que pelo menos 80 mísseis atingiram o acampamento.

Os foguetes foram disparados do bairro de Bakriya, a cerca de 6 quilômetros do aeroporto, informou o brigadeiro Yahya Rasool do comando de operações conjuntas.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse em nota que moradores do acampamento foram mortos e feridos no ataque, mas não especificou quantos.

Ele disse que o governo dos EUA esteve em contato com autoridades sêniores iraquianas para garantir que providenciem “toda a assistência médica e emergencial possível para as vítimas”.

Kerry também pediu que o governo iraquiano aumentasse a segurança no acampamento e encontrasse os responsáveis pelo ataque.


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