O Partido Socialista da França irá retirar seus candidatos do segundo turno de três regiões, ampliando os esforços para criar uma “barricada” eleitoral contra a extrema direita, disse o líder dos socialistas nesta segunda-feira.
A Frente Nacional, de extrema direita, de Marine Le Pen, obteve ganhos esmagadores por toda a França em uma primeira rodada de votação no domingo, em grande parte sobre a formação socialista, do presidente François Hollande.
Os socialistas já haviam dito no domingo que iriam retirar-se da disputa de segundo turno em 13 de dezembro no norte e no sudeste da França, onde terminaram o primeiro turno em terceiro lugar, na esperança de evitar a vitória da Frente Nacional.
O partido também ficou em terceiro lugar na região da Alsácia-Champagne Ardenne-Lorraine, no leste, e o seu secretário geral, Jean-Christophe Cambadélis, disse nesta segunda-feira que a legenda também vai retirar-se do segundo turno nessas localidades, deixando o partido conservador, do ex-presidente Nicolas Sarkozy, na disputa final com a Frente Nacional.
– Há um risco muito grande de vitória da Frente Nacional para que mantenhamos nossos candidatos nessa região – disse o parlamentar Bruno Le Roux, líder dos socialistas na câmara baixa do Parlamento.
Impulsionado pelo medo dos eleitores dos ataques do Estado Islâmico, que mataram 130 pessoas em Paris em 13 de novembro, pelo desemprego recorde e preocupações sobre a imigração, o partido de Marine Le Pen garantiu 27,96 % dos votos em nível nacional, de acordo com o balanço do Ministério do Interior, com mais de 98 % dos votos contados.
Martine, que venceu a disputa como principal candidata na região de Nord-Pas de Calais-Picardie, onde a crise imigratória é simbolizada pelos acampamentos de estrangeiros nos arredres de Calais, absteve-se de reivindicar a vitória.
– Nós ainda não vencemos, especialmente por que a eleição está sendo realizada de uma forma injusta – disse ela à rádio francesa RTL. “Tirar um candidato no segundo turno é um pouco injusto. Hoje, eles estão torcendo o braço do francês, de esquerda. Eles vão aceitar ser insultados, desprezados? Vamos ver”, disse.