O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou Síria de comprar petróleo do Estado Islâmico para desviar a atenção da mídia sobre sua própria família, segundo disse o vice-chanceler sírio, Faisal Mekdad, em entrevista à agência russa de notíciais Sputnik.
No início de dezembro, Erdogan acusou um empresário sírio de ser o maior comprador de petróleo dos terroristas que controlam parte dos territórios da Síria e do Iraque. Além disso, o presidente turco alegou que o petróleo em questão havia sido posteriormente vendido para o regime sírio em Damasco.
– Eles estão distorcendo a figura para deslocar a atenção para longe do próprio Erdogan e de sua família, que trabalhou com o petróleo sírio e iraquiano, vendendo-o no mercado interno turco e em alguns outros países. Estamos prontos para desafiá-lo a fornecer pelo menos uma prova de suas palavras – afirmou o vice-chanceler.
Segundo Mekdad, Damasco tem comprado petróleo de seus aliados, como o Irã.
Moscou tem feito inúmeras denúncias de que a Turquia é o principal agenciador do petróleo ilegal da Síria e do Iraque, acusando Erdogan e sua família de envolvimento direto nos negócios petrolíferos do Daesh, grupo proibido na Rússia.
O Ministério da Defesa russo divulgou imagens de satélite mostrando colunas de centenas de caminhões transportando até 200 mil barris de petróleo ilegal para fora da Síria, nomeadamente, para a Turquia.
Petróleo ilegal
O grupo terrorista EI já ganhou US$ 500 milhões através do comércio de petróleo ilegal. A informação foi divulgada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
– Até o momento, o Estado Islâmico já recolheu cerca de US$500 milhões com o petróleo no mercado negro e milhões através de pessoas com uma extorsão brutal – disse ele.
Ao mesmo tempo, o secretário do Tesouro disse que os terroristas são financeiramente vulneráveis. “A abordagem dos EUA é atacar os pontos fracos”, observou.
– O Estado Islâmico recolhe apenas uma pequena parte de sua receita através de doadores estrangeiros. Em contrapartida, o grupo recebe fundos provenientes de atividades econômicas com recursos em território que estão sob seu controle – disse Lew.
Na última quinta-feira, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução que prevê que todos os países devem lutar contra as fontes de financiamento do terrorismo, em particular, congelando os bens e proibindo a entrada e o trânsito, além de impedir o fornecimento direto ou indireto de armas para os indivíduos e entidades inscritas na lista de sanções do Conselho de Segurança.
O secretário do Tesouro dos EUA declarou que a reunião realizada entre os ministros das Finanças foi ‘sem precedentes’. Segundo Jack Lew, isso “ressalta o foco da comunidade internacional na destruição do Estado Islâmico”.
EI pode ser derrubado
O grupo terrorista Estado Islâmico pode ser derrubado em menos de um ano se os EUA e os seus aliados pararem de apoiar a aos militantes rebeldes, disse presidente sírio Bashar Assad.
O EI pode ser derrubado dentro de um ano se os EUA e os seus aliados deixarem rebeldes antigovernamentais na Síria, disse o presidente sírio em entrevista ao canal televisivo holandês NPO2.
Os EUA têm financiado e apoiado rebeldes antigovernamentais, inclusive os que não lutam contra o Daesh e assim prejudicam o exército sírio.
– Se os países responsabilizados tomarem medidas contra o fluxo e circulação dos terroristas e a ajuda logística posso assegurar que levará menos de um ano – disse Assad.
Assad afirmou também que não é possível derrubar o terrorismo sem tropas terrestres e apoio público que ele tem na Síria.
– Menos de um ano. Mas o problema é que ainda apoiam-nos de modo quotidiano cada vez mais para que (a situação) se torne mais desordenada e para por obstáculos em frente de qualquer solução porque querem a solução, que eles chamam de solução política, que no final das contas consiste em mudar este país, se livrar do presidente ou derrubá-lo e assim por diante. Assim, é por isso que vai continuar para sempre – acrescentou Assad.
Segundo o presidente sírio, o fato de que países prestam esforços par combater ao Daesh não significa que se tornam aliados da Síria como a Rússia e o Irão. Ao invés destes dois países outros não prestaram ajuda à Síria quando lutava contra o grupo terrorista menos organizado, a Frente al-Nusra.