23/12/2015 às 11h44min - Atualizada em 23/12/2015 às 11h44min

Equipes de resgate retiram primeiro corpo de destroços na China

As equipes de resgate vasculharam o local de 380 mil metros quadrados usando escavadoras para tentar alcançar possíveis sobreviventes presos na lama

CORREIO DO BRASIL
Prédios destruídos após deslizamento em Shenzhen, China

Equipes de resgate chinesas retiraram nesta terça-feira um corpo de uma montanha de destroços após trabalharem durante a noite com drones e máquinas pesadas em busca de mais de 80 pessoas desaparecidas após um gigantesco deslizamento de lama e restos de construção.

O corpo encontrado no mar de lama e destroços no início desta terça-feira foi a primeira morte confirmada após o deslizamento que atingiu 33 prédios no parque industrial de Hengtaiyu, em Shenzhen, no domingo, relatou a agência de notícias oficial Xinhua.

As equipes de resgate vasculharam o local de 380 mil metros quadrados usando escavadoras para tentar alcançar possíveis sobreviventes presos na lama, que chegou a 10 metros de altura.

Um relatório divulgado pelo site do Ministério da Defesa da China informou que forças policiais e militares estavam em “uma corrida contra o tempo” e estava usando drones para mapear o local e encontrar possíveis sinais de sobreviventes.

A lama deslizou de um aterro lotado próximo, que, segundo relatos oficiais, deveria estar fechado desde fevereiro.

Polícia inspeciona empresa

As autoridades chinesas inspecionaram os escritórios de uma empresa de gestão do local de despejo de entulho onde um deslizamento de terra deixou 76 pessoas desaparecidas. Registros das autoridades locais mostraram que a empresa não estava habilitada para fazer o trabalho.

Um repórter da agência inglesa de notícias Reuters viu nesta terça-feira policiais em duas instalações da empresa de Desenvolvimento e Investimento Yixianglong, em Shenzhen, e nenhum sinal de funcionários.

Milhares de trabalhadores estavam usando sensores, drones e escavadeiras de terra nos 380 mil metros quadrados do local do desastre, tentando localizar possíveis sobreviventes presos sob lama de até 10 metros de profundidade. Durante a noite, a área foi iluminada com holofotes para permitir que as operações de resgate não fossem interrompidas.

Foi o segundo grande desastre provocado pela ação humana na China em quatro meses, em agosto, pelo menos 160 pessoas foram mortas em explosões em grande escala de produtos químicos na cidade portuária de Tianjin.

Com a crescente preocupação sobre os padrões de segurança industrial e falta de fiscalização na China, poucas horas depois da tragédia o primeiro-ministro Li Keqiang ordenou uma investigação sobre o deslizamento de terra em Shenzhen, uma cidade que teve um crescimento vertiginoso.

A reunião do governo central em Pequim nesta terça-feira, supervisionada pelo presidente Xi Jinping, assinalou que a segurança precisa ser a “primeira prioridade” no desenvolvimento e gestão das cidades do país, disse a agência de notícias Xinhua.

– Cuidados com a segurança têm que permear todos os aspectos da atividade urbana – afirma.


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