Réu confesso e personagem central nas investigações da Justiça norte-americana sobre a corrupção na Fifa, Chuck Blazer foi banido do futebol. Em comunicado oficial, o Comitê de Ética da Fifa divulgou a punição do ex-secretário-geral da Concacaf, que ajudou a esclarecer o envolvimento de diversos dirigentes no escândalo de corrupção deflagrado em junho pelas polícias dos Estados Unidos e Suíça envolvendo a entidade maior do esporte.
- Em suas posições como um executivo de futebol, ele foi uma peça chave em esquemas envolvendo a oferta, aceitação, pagamento e recebimento de dinheiro não divulgados e ilegais, subornos e propinas, bem como outros esquemas para fazer dinheiro – revelou o comunicado divulgado nesta quinta-feira.
Aos 70 anos, Blazer é alvo de dez acusações, incluindo suborno, lavagem de dinheiro e evasão fiscal, todas em 2013. Foco do escândalo que abalou as estruturas organizacionais do futebol mundial, o ex-dirigente fez um acordo de confissão revelando todos os benefícios recebidos e revelando detalhes das transações em que esteve envolvido. Em troca de "informações verdadeiras, completas e precisas", Blazer conseguiu imunidade judicial e evitou uma pena que poderia chegar a até 75 anos de prisão.
Blazer foi pego no meio da rua pelo FBI e pelo IRS, o serviço de imposto de renda americano. Ele teve que escolher entre ir para a cadeia ou colaborar com as autoridades. Blazer se entregou - e entregou tudo o que sabia. Por isso, seu caso é exemplar e oferece uma espécie de "manual da corrupção" de cartolas.
Ele admitiu a prática de suborno na entidade máxima do futebol - envolvendo já a escolha da sede da Copa do Mundo de 1998, na França (a propina seria por votos a favor de Marrocos), e também confirmando o pagamento de propina a favor da África do Sul como local do Mundial de 2010. No material, o juiz Raymond Dearie trata a Fifa como uma "organização criminosa influenciada por extorsão".