22/01/2016 às 17h10min - Atualizada em 22/01/2016 às 17h10min

Estragos ao patrimônio superam estimativa

Imagens revelam que lama atingiu cavernas, mina e ruínas de uma fazenda

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Capela de São Bento, que fica em Bento Rodrigues, foi completamente tomada pela lama / Reprodução | TV Band Minas

Uma análise realizada pelo Ministério Público aponta que o estrago provocado pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro do ano passado, ao patrimônio histórico e religioso de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, é muito maior do que se imaginava. 

De acordo com imagens de satélite, os rejeitos atingiram cavernas, uma mina de ouro tricentenária e ruínas de uma fazenda do período colonial. O rompimento ainda provocou a destruição de 2,2 quilômetros do eixo do Caminho dos Diamantes da Estrada Real e causou estragos em cinco marcos turísticos. 

Ainda de acordo com o MP, três obrigações previstas no Termo de Ajustamento de Conduta com a Samarco para a recuperação do local ainda não foram executadas. O prazo final foi no último dia 15 e a multa diária é R$ 10 mil por cada item descumprido.

Relembre
Uma barragem da empresa Samarco se roupeu no último dia 5 de novembro, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais. O acidente devastou a região e deixou 17 mortos e dois desapareciddos. 

A lama que saiu da barragem atingiu ainda mais quatro distritos, avançou pelo Rio Doce e seguiu por cerca de 80 km pela costa do Espírito Santo, chegando a interditar algumas praias do litoral capixaba. Em 14 de janeiro, o Ibama informou com exclusividade àRádio BandNews FM que cerca de 20 milhões metros cúbicos de rejeitos de minério ainda estão dentro do que restou da Barragem de Fundão. 

Após sobrevoar a região, a presidente Dilma Rousseff anunciou uma multa de R$ 250 milhões à Samarco. À época, a presidente disse ainda que a Samarco precisa ser responsabilizada pela falta de atendimento à população, pela reconstrução da região e que pode sofrer outras multas. 

"Essas multas são preliminares, poderão ainda ser contemplados vários outros tipos de multa. Além disso, tem as indenizações, tanto à União quanto aos Estados, o Estado de Minas Gerais e o Estado do Espírito Santo, quanto às comunidades", disse Dilma. 

No final do mês de dezembro, a Samarco informou que 94% das famílias que estavam abrigadas em hotéis do município já haviam sido transferidas para residências temporárias alugadas pela companhia. Os outros 6¢ ainda estavam em hotéias porque não haviam entrado em acordo com a empresa sobre o imóvel, segundo informou o secretário adjunto de Desenvolvimento Social de Mariana, João Paulo Paranhos. As famílias ainda aguardam a construção de imóvel próprio. 
A Samarco também deve pagar auxílio financeiro que garanta o saque de um salário mínimo por mês, mais o valor de uma cesta básica e 20% do salário mínimo por dependente.


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