10/07/2015 às 15h37min - Atualizada em 10/07/2015 às 15h37min

Vaticano minimiza reação de Francisco ao receber Cristo ‘crucificado’

CORREIO DO BRASIL
O presente foi recebido pelo Pontífice de forma constrangedora

O Vaticano informou ter ficado surpreso ao saber que o Cristo “crucificado” na foice e no martelo que o Papa Francisco recebeu do presidente da Bolívia, Evo Morales, na quarta-feira, havia sido originalmente esculpido pelo padre jesuíta espanhol Luis Lucho Espinal, assassinado em 1980.

O presente foi recebido pelo Pontífice de forma constrangedora, uma vez que unia Jesus ao símbolo do comunismo, regime que perseguiu e matou muitos cristãos. No entanto, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou que o Papa não teve qualquer reação negativa ao receber a réplica da escultura.

Muitos cristãos, porém, usaram as redes sociais para manifestar repúdio ao ato de Morales. O bispo espanhol José Ignacio Munilla disse no Twitter que o “cúmulo da soberba é manipular Deus a serviço de ideologias alheias”. O presidente boliviano também foi criticado pela oposição do país, que afirmou que o chefe de Estado se aproveitou da situação para expôr sua posição ideológica.

Depois do encontro com Evo Morales, o Papa Francisco foi ao local do assassinato do padre Luis Espinal. Ele morreu em 21 de março de 1980 executado por um grupo paramilitar. O Pontífice o definiu como um “irmão nosso, vítima dos interesses que não queriam que se lutasse peal liberdade”.

– Ele (Padre Espinal) pregava o Evangelho, o Evangelho que nos leva à liberdade e que nos faz livres. O Evangelho perturbava e por isso assassinaram-no – disse o Papa.

Luis Lucho Espinal nas em 1932, em San Fructuoso de Bages, na Espanha. Aos 30 anos foi ordenado sacerdote e, em 1968, rumou para a Bolívia como missionário da Ordem dos Jesuítas, a mesma do Papa Francisco. Lutou pela democracia e pelas causas sociais no país sul-americano, sendo por isso sequestrado, torturado e morto a tiros.


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