27/12/2016 às 08h32min - Atualizada em 27/12/2016 às 08h32min

Comércio estima queda superior a R$ 2 bilhões nas vendas de Natal

De acordo com dados da Boa Vista SCPC, as vendas do comércio varejista brasileiro na semana que antecede o natal caíram 4,8% na comparação com o mesmo período do ano passado

CORREIO DO BRASIL
O IBGE informou que as principais atividades do varejo tiveram queda no volume de vendas

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-SP) estima queda de R$ 2,1 bilhões nas vendas do comércio varejista na semana do Natal. A sondagem, divulgada nesta segunda-feira, porém, apresenta a expectativa de alta para os setores diretamente relacionados à data. Estimativa foi realizada a partir de dados da Boa Vista SCPC. O estudo mostra uma queda de 4,8% nas vendas do período em relação a 2015.

De acordo com dados da Boa Vista SCPC, as vendas do comércio varejista brasileiro caíram na semana que antecede o natal. A queda alcança os 4,8%, na comparação com o mesmo período do ano passado. O cálculo é feito a partir das consultas realizadas no banco de dados da Boa Vista SCPC. A abrangência da pesquisa é nacional. Foram consideradas as consultas realizadas no período de 18 a 24 de dezembro de 2016, comparado com 18 a 24 de dezembro de 2015.

Vale ressaltar que essas consultas contemplam todos os setores varejistas. Abrange concessionárias de veículos, móveis e decoração e material de construção. Estas áreas não estão diretamente relacionados à data e têm sofrido fortes quedas nas vendas ao longo de todo o ano. O dado negativo pode ter puxado para baixo o resultado geral do comércio neste natal.

‘Lembrancinhas’

De acordo com sondagem realizada pela FecomercioSP, entre os dias 15 e 19 de dezembro, com comerciantes da capital paulista, a expectativa era de alta de 3% nas vendas. São comerciantes dos setores de vestuário, calçados e eletroeletrônicos, produtos preferidos na hora de presentear. Principalmente quando o objeto desejado precisa se encaixar no orçamento. As conhecidas ‘lembrancinhas’. Por esse motivo a Federação acredita que o Natal tenha sido positivo para essas atividades.

A variação no faturamento, por sua vez, é estimada com base na variação das consultas, nos dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC). Leva em conta, ainda, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Ambas são divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Regressão

Para os economistas da Una Consultoria Econômica, a previsão da Fecomércio-SP tem todos os ingredientes para se confirmar. O Brasil começa a sair de 2016 com os piores índices econômicos da história. No investimento, segundo os consultores, houve “a maior regressão de todos os tempos”.

“A variação da Formação Bruta de Capital (indicador do investimento) foi negativa. Chega a 3,1% na comparação com o -1,9% trimestre anterior com ajuste sazonal”, disse a consultoria, em nota distribuída aos clientes. Trata-se de “um resultado bastante decepcionante se comparado ao avanço de 0,5% obtido no segundo trimestre. Porém, segue em linha com a queda do produto registrada neste trimestre”, acrescenta.

Os dados para a Formação Bruta de Capital, com base no baixo nível de utilização da capacidade instalada e a queda brutal da demanda agregada, mostram que o investimento deve permanecer em trajetória declinante. “Neste caso, a indicação também é de renovação do processo recessivo em direção a uma nova crise”, indicam os economistas.

“Como proporção do PIB, a formação bruta de capital permanece no patamar de 16,5%. “O que é extremante baixo se comparado a outros países da América Latina e aos níveis verificados em 2013 e 2014 no Brasil”, conclui.


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