20/02/2017 às 01h32min - Atualizada em 20/02/2017 às 01h32min

Fechamento de salas de aula causa superlotação no interior, denuncia professor

Luis Vilela Assumpção
O Estado Online
(Foto: Reprodução)

O fechamento de salas de aula no interior de Mato Grosso do Sul tem causado a “superlotação” em algumas escolas estaduais, conforme denunciam professores. Em um dos casos, um docente de Dourados – a 228 km de Campo Grande – indignado com a situação, divulgou um vídeo mostrando uma das salas que leciona na cidade, onde haviam 64 estudantes.

A grande quantidade de alunos na sala, de acordo com publicação, é decorrente do fechamento de salas de aula e teria sido causado também por falta de professores. “Essa é a situação, sem a contratação de novos professores não temos lugar para colocar mais alunos. Não tem professor, a gente tem que juntar salas”, explica o docente durante a filmagem. Na sala de aula em questão havia 64 alunos que cursam o 6º ano.

O vídeo teve 31 comentários e 276 compartilhamentos no Facebook. Em um dos comentários, uma professora afirmou que está sem aula lecionar. “Por que não me dão aula Deus? Eu quero” afirma a professora.

Em outro caso, uma docente diz que achava que sua sala de aula “é que estava superlotada”.
“Município não está longe, escolas e Ceims sem funcionários. Que início de ano”, comenta oura professora.

Segundo o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botareli, não há falta de professores na rede estadual, na verdade há muitos profissionais concursados cedidos para outras repartições, que o prejudica a categoria.

“Não tem falta de professor, muito pelo contrário, está faltando colocar um monte de professor efetivado, porque todos que estavam cedidos pela Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, prefeituras e câmaras tiveram que retornar para a escola, porque lugar de professor é em sala”, afirma o sindicalista.

Botareli contou que o problema com o excesso de alunos em salas do ensino estadual foi reclamado para o sindicato apenas pelos municípios de Bodoquena e Amambai, nos quais a metragem de sala de aula era imcompativel com a a quantidade de alunos. O presidente da Fetems disse ainda que o sindicato já está resolvendo o problema.

Para o sindicalista, a lotação em algumas escolas é decorrente da falta de comunicação dos professores, que não denunciam os problemas ao sindicato. “Por que o professor não preencheu documento e enviou para o sindicato? É só preencher uma certidão, fazer a metragem da sala de aula e nos enviar, que tomamos providência’’.

A Fetems entrou com ação contra o governo estadual após denúncias de salas de aula com alunos PNE (Portadores de Necessidades Especiais), onde as salas deveriam ter no máximo 20 alunos, mas operavam com 35 estudantes.

A SED (Secretaria de Estado de Educação) foi contatada pela equipe de reportagem para falar sobre o assunto, mas não houve resposta até o fechamento da matéria.


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