06/07/2017 às 09h20min - Atualizada em 06/07/2017 às 09h20min

Parlamentares denunciam Temer à PGR por tentativa de comprar votos

CORREIO DO BRASIL

O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) é um dos parlamentares que assinam a nova denúncia contra Temer

A Procuradoria Geral da República (PGR) confirmou, nesta quarta-feira, que deputados apresentaram uma nova denúncia contra o presidente de facto, Michel Temer. Dessa vez, por tentativa de comprar votos para barrar o pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) para processar o presidente por corrupção passiva. Temer foi delatado por Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F.

Os deputados petistas Paulo Pimenta (RS), Wadih Damous (RJ) e Paulo Teixeira (SP) acusam Temer de usar o cargo para se livrar do processo. Na véspera, Temer manteve uma série de reuniões, por mais de 13 horas, com dezenas de deputados que integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Eles irão decidir, até o próximo dia 17, se Temer permanece, ou não, no Palácio do Planalto.

Os parlamentares alicerçam a denúncia com as notícias de que o governo vem liberando emendas parlamentares em massa; além de distribuir cargos a quem ajudar a manter Temer no posto. Nos últimos 30 dias, a caneta de Temer trabalhou ativamente para liberar cerca de R$ 4 bilhões aos deputados e senadores.

— Justamente na data em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dá início ao processo contra Temer, ele passa o dia recebendo deputados indecisos. Está evidente que ele está usando a máquina do governo para comprar votos. E fazer chantagens e pressão sobre parlamentares — afirmou Pimenta, a jornalistas.

Novas denúncias

A denúncia aponta que Temer “praticou os crimes de corrupção ativa e passiva; além de organização criminosa, atentando contra a moralidade e administração pública”. Pesquisas levantam dúvidas se Temer terá votos suficientes na CCJ para impedir que a denúncia chegue ao Plenário. Dos 66 deputados do grupo, Temer teria apoio de apenas 27. Precisaria de 34 votos para barrar o processo. 

Ainda nesta quarta-feira, os advogados de Temer entregaram à CCJ a defesa prévia do peemedebista. Argumentam contra a denúncia de que ele recebeu propina da JBS através de Rodrigo Rocha Loures.

Além dessa ação por corrupção passiva, a PGR ainda deve apresentar mais uma denúncia, por obstrução de Justiça. Desta vez, envolvendo a compra do silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro.  A PGR também aguarda decisão do STF sobre pedido de instauração de mais um inquérito contra Temer. Desta vez, por uso do cargo para beneficiar empresas do setor de portos.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »