O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o ex-senador Delcídio do Amaral estão no cardápio da delação premiada que o operador financeiro Lúcio Funaro tenta fechar com Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF).
Não há detalhes ainda sobre as irregularidades cometidas pelos dois. Delcídio é um delator e hoje é delatado. Caso seja acertado o acordo de Funaro, Azambuja enfrentará mais uma batalha judicial. Isto porque em maio deste ano, ele foi citado na delação de um dos donos da JBS, o Wesley Batista, de ter recebido propina em troca de benefícios fiscais.
É justamente por causa desta denúncia que o governador será investigado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e responderá judicialmente por uma ação popular que pede a indisponibilidade de seus bens.
Além disso, ele também teve protocolado logo após a divulgação da delação, um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa.
Os deputados criaram comissão especial para apurar o caso e, em seguida, a transformaram na CPI da JBS, que tem como principal objetivo ir a fundo nas revelações de Wesley Batista à Polícia Federal.
Agora, com o possível pacto de Funaro com o MPF, Azambuja poderá constar em outra delação por irregularidade.
Em junho, ele esteve em Brasília, onde deu uma prévia de tudo que sabe sobre corrupção no meio político. Se o acordo for fechado, o candidato a delator promete entregar detalhes e provas de esquemas de corrupção em searas ainda pouco exploradas na Operação Lava Jato como: Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), Ministério da Fazenda, fundos de pensão das estatais e Fundo Garantidor de Crédito.