25/08/2017 às 08h42min - Atualizada em 25/08/2017 às 08h42min

Base do governo perde o medo e fala em privatizar a Petrobras toda

Porta-voz da ala mais neoliberal das forças que integram o golpe de Estado elogia iniciativa de se privatizar a Petrobras

CORREIO DO BRASIL
Helena Landau, porta-voz dos setores mais conservadores da ultradireita, aplaude a possível privatização da Petrobras

A certeza de que a Petrobras é um patrimônio inalienável do povo brasileiro escoa, rapidamente, para o ralo da História. Lançados os planos de venda da Eletrobras e de outras companhias públicas, de porte semelhante, o alvo direto da onda privatista em curso, no governo do presidente de facto, Michel Temer, passa a ser a Petrobras.

Porta-voz da ala mais neoliberal das forças de ultradireita que integram o golpe de Estado deflagrado em Maio do ano passado, a economista Elena Landau deixa as sombras onde se recolheu, há mais de uma década, para sair em defesa das privatizações. Ela falou abertamente, nesta terça-feira, que a privatização da maior companhia estatal de Petróleo da América Latina será, talvez, “a melhor notícia deste governo”.

Onda privatista

Ex-presidente do conselho da Eletrobrás e ex-diretora de privatização do BNDES na era FHC, Elena Landau aplaudiu o ocupante da pasta das Minas e Energia, Fernando Coelho.

— Começou essa nova onda de privatizações que, sinceramente, espero que chegue perto da Petrobras — antecede a economista.

Se seria politicamente possível que o Parlamento venha a apoiar a venda da estatal do petróleo, Landau não duvida:

— Ninguém, 15 dias atrás, imaginaria que a Eletrobras seria desestatizada.

A venda do patrimônio público, segundo Landau, seria necessária para “defender as estatais do uso político”.

— E, no momento, há mais uma vantagem: a do governo não ter que aumentar imposto — ressalta.

Núcleo neoliberal

Landau teve importante passagem nos bastidores do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Foi assessora da presidência do BNDES e, posteriormente, diretora da área responsável pelo Programa Nacional de Desestatização, na era FHC. A economista também integra o grupo de graduados pela PUC-Rio.

Estes economistas formam o núcleo de pensamento neoliberal dos partidos de extrema direita, a exemplo do DEM e do PSDB. Entre os principais expoentes estão os economistas Armínio Fraga, Persio Arida, Gustavo Franco, André Lara Resende, Francisco Lopes, Pedro Bodin e Edmar Bacha.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »