O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que o autor do ataque a tiros de domingo em Las Vegas era um “indivíduo muito, muito doente”, mas se recusou a chamar o incidente de terrorismo interno, e disse que as leis de armas norte-americanas serão discutidas.
– Nós iremos falar sobre leis de armas com o passar do tempo – disse Trump a repórteres, na Casa Branca.
Questionado se o ataque a tiros foi um ato de terrorismo interno, o presidente acrescentou: “Ele era um homem doente, um homem demente. Muitos problemas, eu imagino, e nós estamos investigando ele muito, muito seriamente”.
Massacre
As máquinas caça-níqueis continuam funcionando e os drinques continuam circulando, mas a atmosfera de festa não era a mesma na mundialmente famosa avenida Las Vegas Strip na noite de segunda-feira, 24 horas depois de um atirador cometer o pior ataque a tiros da história moderna dos Estados Unidos.
O clima contido se fazia sentir especialmente no hotel Mandalay Bay Resort and Casino, onde a polícia diz que um aposentado com um arsenal de fuzis disparou centenas de balas de seu quarto contra a plateia de um festival de música country ao ar livre, matando ao menos 59 pessoas e ferindo mais de 500.
O saguão do Mandalay, normalmente movimentado a quase qualquer hora do dia ou da noite, estava silencioso. Os jogadores aos gritos, as solteiras com coquetéis gigantes e os endinheirados preparados para uma noitada de muitos gastos não estavam à vista.
Ao invés disso, alguns apostadores solitários se sentavam com olhos vidrados diante de caça-níqueis. Quatro seguranças escoltaram uma repórter da Reuters sem cerimônia quando ela tentou entrevistar um frequentador do cassino.
– É esquisito. As pessoas estão tentando se divertir, mas existe uma nuvem pairando sobre a cidade agora – disse Greg Hartnett, de 31 anos, que havia chegado para sua primeira visita a Vegas mais cedo no mesmo dia.
Medo
Hartnett, que mora perto do local do massacre de 32 pessoas na Universidade Virginia Tech em 2007; disse que a matança de domingo o lembrou do acontecimento.
– Realmente mostra o lado escuro da humanidade – disse.
O taxista Alex Sanchez contou que seus passageiros estão bem menos falantes; e que há muito menos carros nas ruas.
– As pessoas vêm aqui para dar uma escapada. Querem deixar o estresse para trás – disse Sanchez. “E isso realmente corta o barato”.
Apesar da consternação geral, as pessoas que percorriam a Las Vegas Strip pareciam mais dispostas a segurar uma porta ou trocar sorrisos com estranhos do que em um dia normal.
– Estou agradecendo todo policial que vejo – disse Hartnett. “Sinto que isso está aproximando as pessoas”.
Policiais e suas motocicletas brancas cintilantes estavam parados na calçada como demonstração de força, talvez com o objetivo de tranquilizar turistas apreensivos.
– Obrigado por ontem à noite, pessoal – gritou uma mulher ao passar.