04/10/2017 às 09h05min - Atualizada em 04/10/2017 às 09h05min

Trump diz que atirador era ‘doente’ e discutirá leis de armas

Questionado se o ataque a tiros foi um ato de terrorismo interno, o presidente acrescentou: “Ele era um homem doente, um homem demente

CORREIO DO BRASIL
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante pronunciamento na Casa Branca, em Washington

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que o autor do ataque a tiros de domingo em Las Vegas era um “indivíduo muito, muito doente”, mas se recusou a chamar o incidente de terrorismo interno, e disse que as leis de armas norte-americanas serão discutidas.

– Nós iremos falar sobre leis de armas com o passar do tempo – disse Trump a repórteres, na Casa Branca.

Questionado se o ataque a tiros foi um ato de terrorismo interno, o presidente acrescentou: “Ele era um homem doente, um homem demente. Muitos problemas, eu imagino, e nós estamos investigando ele muito, muito seriamente”.

Massacre

As máquinas caça-níqueis continuam funcionando e os drinques continuam circulando, mas a atmosfera de festa não era a mesma na mundialmente famosa avenida Las Vegas Strip na noite de segunda-feira, 24 horas depois de um atirador cometer o pior ataque a tiros da história moderna dos Estados Unidos.

O clima contido se fazia sentir especialmente no hotel Mandalay Bay Resort and Casino, onde a polícia diz que um aposentado com um arsenal de fuzis disparou centenas de balas de seu quarto contra a plateia de um festival de música country ao ar livre, matando ao menos 59 pessoas e ferindo mais de 500.

O saguão do Mandalay, normalmente movimentado a quase qualquer hora do dia ou da noite, estava silencioso. Os jogadores aos gritos, as solteiras com coquetéis gigantes e os endinheirados preparados para uma noitada de muitos gastos não estavam à vista.

Ao invés disso, alguns apostadores solitários se sentavam com olhos vidrados diante de caça-níqueis. Quatro seguranças escoltaram uma repórter da Reuters sem cerimônia quando ela tentou entrevistar um frequentador do cassino.

– É esquisito. As pessoas estão tentando se divertir, mas existe uma nuvem pairando sobre a cidade agora – disse Greg Hartnett, de 31 anos, que havia chegado para sua primeira visita a Vegas mais cedo no mesmo dia.

Medo

Hartnett, que mora perto do local do massacre de 32 pessoas na Universidade Virginia Tech em 2007; disse que a matança de domingo o lembrou do acontecimento.

– Realmente mostra o lado escuro da humanidade – disse.

O taxista Alex Sanchez contou que seus passageiros estão bem menos falantes; e que há muito menos carros nas ruas.

– As pessoas vêm aqui para dar uma escapada. Querem deixar o estresse para trás – disse Sanchez. “E isso realmente corta o barato”.

Apesar da consternação geral, as pessoas que percorriam a Las Vegas Strip pareciam mais dispostas a segurar uma porta ou trocar sorrisos com estranhos do que em um dia normal.

– Estou agradecendo todo policial que vejo – disse Hartnett. “Sinto que isso está aproximando as pessoas”.

Policiais e suas motocicletas brancas cintilantes estavam parados na calçada como demonstração de força, talvez com o objetivo de tranquilizar turistas apreensivos.

– Obrigado por ontem à noite, pessoal – gritou uma mulher ao passar.


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