Rodrigo Janot, enquanto estava na Procuradoria Geral da República (PGR), associou-se ao juiz Sérgio Moro. Eles são apontados como figuras centrais de um conluio entre segmentos políticos brasileiros e o governo norte-americano.
Segundo o cientista político brasileiro Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira afirma, em entrevista ao site do Jornal do Brasil, representantes da Lava Jato cometem crime de lesa-pátria. Moniz Bandeira cita, nominalmente, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o juiz de primeira instância Sérgio Moro. Ambos “avançam nos prejuízos provocados ao país e à economia nacional”, afirma o Jornal.
Lava Jato
“Segundo o professor, os ‘vínculos notórios’ de Moro e Janot com instituições norte-americanas explicam a situação atual das empresas brasileiras”, acrescenta.
— Os prejuízos que causaram e estão a causar à economia brasileira, paralisando a Petrobras; as empresas construtoras nacionais e toda a cadeia produtiva ultrapassam, em uma escala imensurável, todos os prejuízos da corrupção que eles alegam combater. O que estão a fazer é desestruturar; paralisar e descapitalizar as empresas brasileiras, estatais e privadas, como a Odebrecht; que competem no mercado internacional, América do Sul e África — afirmou Moniz Bandeira. Ele está lançando o livro A Desordem Mundial: O Espectro da Total Dominação.
Em outra entrevista, desta vez à revista Carta Capital desta semana, o vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, responsável pelo programa nuclear brasileiro, bateu na mesma tecla. Recém-liberto da prisão militar a que foi submetido, por ordem de Moro, ele afirmou que é inocente de todas as acusações. Aos 77 anos, o militar da reserva foi condenado a 43 anos de prisão.
Desafios nacionais
O engenheiro da Marinha apela contra a sentença por supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro; embaraço a investigações, evasão de divisas e organização criminosa nas obras de construção da usina nuclear de Angra 3. Segundo ele, sua condenação interessa sobretudo “ao sistema internacional preocupado com o fortalecimento de um dos países integrantes dos BRICS. Os brasileiros transnacionais, muito provavelmente, ficaram satisfeitos com o meu processo e a minha saída do cenário”.
Segundo o almirante, os “brasileiros transnacionais são aqueles que, embora tenham nascido neste belo país, gostariam de ser cidadãos de outros países, em particular dos Estados Unidos”.
— Não dão importância aos grandes problemas e desafios nacionais, não se preocupam em resolvê-los e, às vezes, em proveito próprio, não se importam em agrava- los. Minha condenação interessa ao sistema internacional contrário aos BRICS — afirmou.
Submarino nuclear
Othon Pinheiro foi fesponsável “por uma das mais bem sucedidas experiências mundiais ‘na viabilização, com tecnologia nacional; do enriquecimento isotópico de urânio e de todas as demais etapas do ciclo do combustível nuclear”, diz o JB. O desenvolvimento e instalação nuclear para submarinos, incluindo a fabricação, no Brasil, de todos os equipamentos e componentes também constam no curriculo do engenheiro. Othon também gerenciou “a definição do mais moderno programa de construção de centrais nucleares e armazenamento de rejeitos”, afirma.
— Esse programa provocou grande impacto no cenário internacional. Uma evidência disso é o fato de eu ter recebido, em um mesmo dia, na sede da Eletronuclear, as visitas do subsecretário de Energia dos Estados Unidos e do ex-primeiro-ministro da Rússia e presidente da empresa estatal de energia atômica Rosatom, Sergey Kiriyenko — concluiu.