Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, a Fetems, mais expressiva entidade de classe do Estado, vai pedir o que pode ser comparado a uma desculpa ao presidente da Assembleia Legislativa de MS, Júnior Mochi, do MDB. A medida é um meio de a entidade escapar de uma ação judicial de reparação por danos morais.
Em novembro passado, a Fetems divulgou propagandas de TV e redes sociais e, em uma delas afirmava que Mochi havia votado por mudanças no regime previdenciário dos servidores estaduais, projeto do governo de Reinaldo Azambuja, do PSDB.
A proposta foi reconhecida por maioria dos 24 deputados e, logo depois, a Federação divulgou comunicados com nomes dos deputados que tinham concordado com o propósito do governo.
Ocorre que a entidade incluiu o nome de Mochi na publicidade, como se o emedebista também tivesse votado pelas mudanças previdenciárias.
“Narra que nas publicações feitas pela requerida [Fetems], na TV Morena e no Facebook, constam claramente que teria [Mochi] "votado contra os trabalhadores" além de sugerir ao público que "fiquem de olho neles [deputados]", diz trecho da ação movida pelo presidente da Assembleia contra a Fetems.
Ainda segundo a petição, Mochi sustenta que “sequer votou sobre o citado projeto de lei, mesmo porque é Presidente da Assembléia Legislativa e, nesta condição, encontra-se impedido de votar, a teor do que preceitua o disposto no art. 33, §2º, do Regimento Interno”. Mochi votaria somente numa condição: se o pleito ficasse empatado.
O presidente da entidade, Jaime Teixeira, por telefone, disse que a entidade “estuda” a possibilidade de entrar num acordo com o presidente da Assembleia. “Nosso setor jurídico está vendo isso”, disse.
Já Ronaldo Franco, advogado da Fetems, afirma que a entidade vai produzir nota como meio de “retratar a informação”. No caso, a de que o presidente da Assembleia não votou favoravelmente ao projeto. O comunicado será publicado ainda no jornal “Quadro Verde”, distribuído aos professores.