03/05/2018 às 08h42min - Atualizada em 03/05/2018 às 08h42min

Consumidor muda hábitos e venda de gasolina é a menor em 49 meses

Deixar o carro na garagem e usar mais ônibus estão entre as alternativas

Osvaldo Júnior e Kleber Clajus
campograndenews

Para fugir dos preços exorbitantes da gasolina, consumidores de Campo Grande apelam para alternativas diversas: deixam o carro na garagem, usam aplicativos de transporte, reúnem mais pessoas no veículo ou andam de ônibus. As mudanças de hábitos refletem na comercialização do combustível: o volume vendido em fevereiro (último dado) é o menor em 49 meses.

Carro só nas horas mais necessárias, como ir ao médico ou chegar muito rápido em algum lugar”, afirmou a cozinheira Cátia Sampaio, 39 anos, moradora do bairro Nova Lima. Em outras situações, ela tem usado ônibus. O conforto pode ser menor, mas a economia é significativa.

Quem está no setor de transporte nota bem as mudanças nas formas de deslocamentos. “Hoje, fiz viagem com uma cliente que está indo trabalhar de carona de manhã e volta para casa de mototáxi”, citou o mototaxista Nicanor Cabreira, 40 anos, Ele também tem buscado economizar.

“Tento encontrar postos mais baratos, mas está difícil”, afirmou. Familiarizada com os números, a economista Osmarina Camgussu, 66 anos, considera a possibilidade de substituir o carro por aplicativos de transporte. “Estou pensando. Vou avaliar a diferença de custo”, disse. E brincou que a melhor economia é ficar mesmo em casa.

O barbeiro Luan Galvarro, 23 anos, decidiu radicalizar: deixa agora o veículo só na gararem. “Carro agora é só pra viajar”, disse. Enquanto passeava com a esposa, a vendedora Vívian Oliveira, 22, e a filha de seis meses, Luan contou que a família passou a usar aplicativo de transporta. “Compensa, é mais barato. Além disso, não é preciso pagar estacionamento. E fica ainda mais em conta quando há mais passageiros”, afirmou. 

Nicanor tem dificuldade para encontrar postos mais baratos (Foto: Kleber Clajus)

Nicanor tem dificuldade para encontrar postos mais baratos (Foto: Kleber Clajus)

Nicanor tem dificuldade para encontrar postos mais baratos (Foto: Kleber Clajus)
Cátia está usando mais ônibus e deixa o carro em casa (Foto: Kleber Clajus)

Cátia está usando mais ônibus e deixa o carro em casa (Foto: Kleber Clajus)

Cátia está usando mais ônibus e deixa o carro em casa (Foto: Kleber Clajus)

Consumo em queda – Esses novos hábitos impactam no consumo da gasolina, que caiu para o menor patamar em 49 meses. Conforme a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em fevereiro foram vendidos 55,59 milhões de litros do combustível em Mato Grosso do Sul.

O resultado de fevereiro é o pior desde janeiro de 2016 – essa diferença é pequena, de 0,16%. No primeiro mês daquele ano, comercializados 55,50 milhões de litros de gasolina no estado.

No acumulado do primeiro bimestre de 2018, as vendas de gasolina somam 113,32 milhões de litros. São 8,45 milhões de litros a menos que o volume de igual período de 2017, com 121,78 milhões de litros


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