Governador de Mato Grosso do Sul e candidato à reeleição, Reinaldo Azambuja (PSDB) teria recebido sozinho R$ 52,5 milhões em propina no esquema desarticulado pela Polícia Federal ontem, durante a Operação Vostok.
Os pagamentos eram feitos de três formas: por meio de doações eleitorais - ainda durante a campanha para as eleições em 2014; notas frias falsificadas; ou mediante entregas de valores em espécie, nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 209.750.000,00.
De acordo com parte da denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que consta na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf/MF) encontrou movimentações atípicas na conta pessoal de Azambuja. Uma delas é relativa ao período de 1º de abril de 2016 a 12 de abril de 2017, quando foram movimentados R$ 27.288.734,00 de forma injustificada.
Outros R$ 12.947.517, 96, teriam sido transferidos no período de 1º de agosto de 2017 a 31 de outubro de 2017, com destaque para uma transferência da empresa JBS, no montante de R$ 244.732,23, desvinculada de justificativa.
Consta ainda, que o governador movimentou de maneira suspeita o valor de R$ 1.146.783,00, no período de 1º de dezembro de 2017 à 31 de dezembro de 2017. Além disso, constam investimentos em fundos mobiliários, tendo o governador realizado a aquisição de oito imóveis no valor de R$ 2,8 milhões.
A investigação também aponta que foram efetuadas 10 transações imobiliárias para a Taquaruçu Agropecuária, empresa que é de Azambuja, todas no dia 15 de agosto de 2016, totalizando o valor de R$ 8.328.268, 85, “que revela possível estratégia de blindagem patrimonial, com objetivo de dificultar sua (de Reinaldo Azambuja) vinculação com qualquer tipo de vantagem indevida”.