09/10/2018 às 08h29min - Atualizada em 09/10/2018 às 08h29min

Efeito Bolsonaro: de zero à esquerda, PSL vira gigante em MS

Última proeza do partido foi a eleição de vereador que renunciou por se envolver em escândalo sexual e foi assassinado depois

Celso Bejarano
topmidianews

Nem nanica era a legenda PSL, de Jair Bolsonaro, que venceu o primeiro turno para a presidência da República, em Mato Grosso do Sul. Até ontem (7), dia da eleição, não havia ninguém do Partido Social Liberal, sigla registrada definitivamente em 1998, duas décadas atrás, na Assembleia Legislativa de MS, Câmara Federal, Senado, e ainda nas maiores câmaras municipais do Estado.

Da noite para o dia, mudou-se o panorama político do PSL que, agora, tem mandatário na Assembleia Legislativa (2 deputados – capitão Contar e coronel David), Câmara Federal (Tio Truttis), e Senado (Soraya Thronicke).

Aqui em Campo Grande, maior colégio eleitoral do Estado, a última vez que integrante do PSL conseguiu eleição foi em 2012, ano que o então empresário Alceu Bueno tornou-se vereador da cidade.

No entanto, o PSL teve o mandato tirado em abril de 2015, ano que Bueno renunciou por envolver-se num esquema de exploração sexual. Pior que isso: o ex-vereador morreu assassinado em agosto do ano seguinte. E a vaga dele foi um suplente do PRB.

Ex-vereador Alceu Bueno, assassinado em 2016 - Foto: Geovanni Gomes/Arquivo

No cenário nacional, o PSL tornou-se um gigante na Câmara Federal (52), onde tem hoje apenas oito. Virou o segundo maior partido da Casa, ficando atrás somente do PT, com 56 integrantes.

No Senado, o PSL não tinha espaço nenhum. Agora, quatro das 81 vagas, uma delas a de Soraya, advogada de 45 anos nascida em Dourados.

Em 2012 a ATM-TC, Associação Transparência Municipal, divulgou um estudo nacional sobre os perfis dos vereadores eleitos à época. Consta no levantamento que dos 883 vereadores de MS, apenas nove eram do PSL.

VISITA

Em julho de 2017, Bolsonaro visitou Campo Grande e recebeu centenas de apoiadores no aeroporto internacional da cidade. Naquele 13 de julho, o candidato à presidência do PSL disse que sem-terra invasor deveria ser recebido a bala e que o ex-presidente Lula era o maior "pilantra" do Brasil. O discurso colou.


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