22/11/2018 às 09h43min - Atualizada em 22/11/2018 às 09h43min

Juíza condena filho de desembargadora a nove anos e seis meses de prisão por organização criminosa

EDIVALDO BITENCOURT
ojacaré

O empresário Breno Fernando Solon Borges, 39 anos, foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Esta é a primeira sentença condenatória do filho da presidente afastada do Tribunal Regional Eleitoral, desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges. Ele ainda responde por mais duas ações criminais e deverá continuar preso no Presídio de Segurança Média de Três Lagoas.

A sentença da juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, da 2ª Vara Criminal de Três Lagoas, é do dia 19 deste mês e foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da Justiça. O processo tramita em sigilo, mas 
O Jacaré apurou que os sete denunciados foram condenados.
 

Acusado de ser o chefe da organização criminosa e foragido do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande desde 19 de maio deste ano, o comerciante Tiago Vinícius Vieira, 33, teve a maior pena, 14 anos e 28 dias de cadeia. A sua namorada, a atendente Mayara Alves de Souza Oliveira, 22, foi condenada a nove anos e seis meses, mesma sentença da acusada de ser laranja da quadrilha, a vendedora Thaís Camila Gimenes da Costa, 27.

A pena de quatro anos e seis meses é a sentença de outros três acusados: o bancário Matheus da Silva Alves, 24, Dayvidson Júlio Lourival de Souza Oliveira, 22, e Dário Aparecido Cunha de Almeida Júnior, 24.

A Operação Cerberus, da Polícia Federal, prendeu os integrantes do suposto grupo criminoso e desvendou a armação para Tiago fugir do presídio. No entanto, o juízo de primeiro instância não aceitou a denúncia por tentativa de fuga, porque não houve a consumação do crime.
 

Breno e Tiago foram julgados e condenados por integrar organização criminosa constituída para lucrar com o tráfico de drogas e vendas de armas e munições, inclusive de uso restrito, entre o início de 2016 e junho do ano passado.

Breno foi preso com 129 quilos de maconha e 270 munições, inclusive 199 de uso restrito como para fuzil de calibre 762, em 8 de abril do ano passado. Devido a este flagrante, ele responde a outra ação penal por tráfico de drogas e de munições em Água Clara.

Conforme a denúncia, ele levava drogas para atender o pedido de homem identificado como Wellington Lopes, que seria primo de Tiago e reside no Rio de Janeiro. Em 2016, conforme a PF, o empresário fez três viagens à cidade maravilhosa.

Breno conhecia Mayara, namorada do condenado por ser chefe da organização criminosa, e a teria ajudado a ocultar bens obtidos por meios ilícitos.

“Consta dos autos que Tiago liderava um grupo criminoso aparelhado para o cometimento de graves delitos, como tráfico de drogas e armas e, mesmo preso, por meio de aparelho celular, orientava e dava ordens aos demais integrantes da organização criminosa. Mayara, sua namorada, era sua mão fora do presídio, sendo responsável pelas negociações financeiras do grupo, além da cooptação de outras pessoas para tarefas específicas. Breno e Dário, como se verá, atuavam como agente operacional da organização, participando da guarda e transporte de armas e drogas. Matheus e Dayvidson também aparecem na organização e consecução de fases específicas do cometimento de alguns delitos, como as tentativas de resgate de Tiago. Thais aparece na condição de interposta pessoa (“laranja”), cedendo sua conta bancária para as movimentações do grupo criminoso”, anotou a magistrada na sentença.

 

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