13/03/2019 às 18h24min - Atualizada em 13/03/2019 às 18h24min

‘Professor poderia estar armado para impedir tragédia’, diz Tio Trutis sobre atentado em Suzano

Deputado federal é a favor da posse e porte de arma e não vê relação entre crime e armamento

Daiany Albuquerque
midiamax

Para o deputado federal Loester Carlos (PSL), mais conhecido como Tio Trutis, a figura de um professor que praticasse tiro esportivo e estivesse armado no momento do atentado que aconteceu no Suzano, região metropolitana de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (13), poderia ter evitado as mortes. No atentado, dois atiradores mataram ao menos oito pessoas e depois se mataram.

Em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, o parlamentar alega que não havia naquela região nenhuma figura armada, seja da segurança pública, ou civil, que pudesse impedir o atentado.

“A arma na mão de uma pessoa treinada, capacitada psicologicamente e bem-intencionada ela pode proteger, 100% dos atentados em escolas aconteceram em zonas consideradas 100% livre de armas, ou seja, não havia nem uma Guarda Municipal, ou não havia um segurança particular armado, não havia nenhum professor que poderia ser um atirador esportivo e que poderia estar armado naquele momento para impedir aquela tragédia”, afirmou o deputado.

Na opinião de Tio Trutis, a flexibilização da posse de arma, que foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro em janeiro deste ano, não contribui para que situações como a de hoje sejam mais frequente. O parlamentar argumenta que a maioria desses crimes são praticados por pessoas que não possuam a permissão para estar armado e que a arma não seria registrada.

“A gente teve aquele caso carioca alguns anos atrás, aí hoje essa tragédia em Suzano, todos eles foram cometidos com armas que não foram registradas ou armas de porte. Eu acho que qualquer coisa que tenha um potencial destrutivo, nas mãos de uma pessoa mal-intencionada, ela pode causar algum dano à sociedade”, disse o parlamentar, que completou lembrando dos acidentes de trânsito causados por motoristas bêbados, ou sob o efeito de entorpecentes.

O ponto de vista é compartilhado pelo também deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL), que citou dados de 2010 onde, de acordo com ele, 42 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito. “Você é a favor que se extinga a venda de automóveis?”, indagou o parlamentar, em uma comparação com a questão do armamento.

“Eu não sou a favor da arma, mas a favor da liberdade de escolha se quiser ter posse ou porte de arma desde que, bem regulamentado e adequadamente avaliado quem assim o desejar”, completou Ovando.

Contra o porte, mas a favor da posse

Para o deputado federal Fábio Trad (PSD), a flexibilização da posse de arma não tem relação com o atentado, porém, ele pondera que uma facilitação para o porte poderia gerar aumento na criminalidade.

“É importante diferenciar posse de porte. Parece-me que flexibilizar o porte pode sim gerar uma onda de criminalidade violenta contra a pessoa, em especial episódios ocasionais de crimes de ímpeto, porém a posse não me parece que surta efeito criminógeno porque diz respeito à defesa da família e propriedade”, alegou o parlamentar.


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