15/04/2019 às 12h07min - Atualizada em 15/04/2019 às 12h07min

INICIATIVA FAZ COMUNIDADE VIRTUAL SE TORNAR “O MAIOR ARQUIVO FOTOGRÁFICO DO MUNICÍPIO DE COXIM”

“AOHH TAQUARI... ME CHAMA QUE EU VOLTO PRAÍ!”

DA REDAÇÃO
Luciano Domingues Rezende
Arquivo pessoal do autor

 

Em comemoração a semana de aniversário do município de Coxim nossa equipe procurou o autor do maior arquivo fotográfico do município, Luciano Domingues Rezende idealizador da comunidade virtual “Coxim de Coração”.

Veja na íntegra o Histórico de um Coxinense de Coração e de sua comunidade

Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. (Cora Coralina)

Dez linhas são curtas pra tanto Coxim no Coração! Fique confortável, se ajeite, prepare um tereré, porque a prosa e a conversa que se segue é longa... E a paixão muito maior. Essa deveria ser a recomendação dada toda vez que começo a falar sobre Coxim.

Meu nome é Luciano Domingues Rezende, tenho 51 anos, moro em Uberlândia – MG e sou goiano de Itumbiara – Goiás, Coxinense de Coração e alma.

Chegamos, eu e minha família, nesta maravilhosa cidade no final da década de 70 – ano de 1979. Quando meu pai Antonio Domingues dos Santos assumiu a gerência do Banco do Brasil de Coxim.

Quando chegamos, diante da alegria da cidade, da hospitalidade do povo, juntamente com o movimento do turismo de pesca e com as belezas da “Capital do Peixe”, logo estávamos todos apaixonados pela nova morada, na esquina das Ruas Herculano Pena e Padre Nunes, pertinho do Pé de Cedro.

Eu cursava a 6ª série do Ensino Fundamental na Escola Silvio Ferreira, e fui da turma transferida para a Escola Viriato Bandeira, antes de sua inauguração, em virtude de uma reforma na escola Sílvio Ferreira. Meu irmão Adriano estudava na escola “Bem Me Quer”.

Diferente da capital Federal, onde antes morávamos, em Coxim, logo toda a família estava cheia de amizades, todos plenamente integrados à comunidade. Nossa casa sempre movimentada, com a presença dos amigos, bons vizinhos. Sem contar que todos os conhecidos e parentes que ficavam sabendo da nova morada, já marcavam data para visita.

Nos tornamos “Coxinenses de Coração”!!!

Aprendemos e cultivamos as tradições da “Vila Pequena”: comemos cabeça de pacu, nos banhamos nas águas de Coxim, Taquari, Fortaleza e tantas outras... Fomos abençoados pelo Divino!

Tenho orgulho de ter uma carteira de identidade com o número na casa dos 90.000, o que muitos espantam pelo pequeno número, pois meu RG é de Coxim, do início da criação do Estado de Mato Grosso do Sul.

No início de 1982, voltei sozinho para Goiás para dar continuidade aos meus estudos. Minha família permaneceu morando em Coxim, onde somente ia matar minhas saudades nas férias escolares, devido a grande distância.

Contrariando as regras do banco, meu pai superou o limite máximo de dois anos permitidos para gerentes e manteve-se na agência de Coxim por cinco anos, sendo obrigado a pedir transferência em 1983, quando foi para Quirinópolis – GO.

Foi quando a saudade ficou doída, já não tinha mais minha família morando em Coxim, porém tinha os amigos, verdadeiros irmãos, que não deixaram que me afastasse da “Terra Querida”. Estabeleceram comigo elos que nunca poderão ser rompidos, nem pelo tempo, nem pela distância. Amigos de verdade não precisam ser regados, ainda mais se são coxinenses, uma benção, pois as dificuldades de comunicação nos anos 80/90 eram grandes. Só por carta... Interurbano era caro.

Entrei na faculdade, me formei, fui para muitas terras e muitos lugares... Longe de Coxim.

Apesar da distância, sempre voltei pra Coxim. E cada vez que voltei conheci mais esta terra e seu povo.

Sai de Coxim, mas Coxim nunca saiu de mim ou do meu coração. Fortifiquei-me como “Coxinense de Coração”!

Me casei, tenho uma mulher companheira e uma linda filha, conheci muitos outros amigos e transformei todos em “Coxinenses de Coração”.

Todos que me conhecem, acabam por conhecer muito de Coxim, em raras vezes, um pouco. Mas o que sempre apertou foi a distância da Terra Querida. Com a evolução das redes sociais e o surgimento do Facebook, em 2012 resolvi criar, junto com minha filha, uma Comunidade virtual para homenagear a “Terra do Pé de Cedro” e também ficar mais próximo dos amigos e das notícias de Coxim. Começou devagar, com algumas imagens que tinha, já que no passado se fotografava muito pouco. Mas com o auxílio dos amigos, em especial José Moacir Bezerra Filho e toda família Bezerra, a página decolou, conquistou muitos seguidores, hoje são mais de 15.000 “Coxinenses de Coração”, de Coxim, das cidades irmãs do Mato Grosso do Sul, do Brasil e de várias partes do mundo. Tem “Coxinense de Coração” em todo canto do planeta.

Nenhum seguidor comprado... Todos de coração! Na minha modéstia, gosto de dizer que a página é a “Embaixada de Coxim - Mato Grosso do Sul, no mundo. Onde todo ‘Coxinense de Coração’ pode exercer sua ‘coxinidade’ e matar as saudades ‘coxineiras’.”

Nesta trajetória, fui adquirindo mais amigos, conhecendo mais sobre Coxim, sua rica história, suas tradições, sua gente, suas belezas, suas águas e rios, seus cantos e encantos.

Hoje, quando vejo uma imagem, mesmo que sem legendas, quase sempre sei onde é... São mais de 7.000 imagens, com muitos colaboradores assíduos da página fornecendo munição para matar as saudades de Coxim.

Foi uma comunidade criada por mim... Mas feita por Coxinenses de Coração. Seu combustível vem de muitos corações!

A Comunidade não tem cor, não tem credo, não tem idade, não tem partido, não tem time, não tem preconceito... Seu objetivo é exaltar Coxim, sua gente, o Pantanal e o Mato Grosso do Sul.

É uma comunidade criada para todos aqueles que moram, moraram, passaram, visualizaram uma foto ou imagem, escutaram uma história, pescaram, nascidos ou não em Coxim, mas que curtem esta cidade maravilhosa. Porque quem um dia esteve neste pedacinho do paraíso não consegue arrancá-lo jamais do coração.

Coxim, Vila Pequena, Terra do Pé de Cedro, Terra do Peixe, Cidade Monçoeira, Portal do Pantanal, Terra Querida. É uma cidade acolhedora, festiva, turística e encantadora. Encanta pelas águas do Rio Taquari, do Rio

Coxim, do Fortaleza. Encanta pelas belezas naturais de seu quintal pantaneiro. Encanta por sua gente amiga e hospitaleira. Encanta por suas tradições e cultura, presente em todas as gerações, solidárias com a história da terra. Coxim é lugar para se parar e admirar o rio, assistir o por do sol. É lugar onde se vive o tempo pantaneiro, saudoso. É terra de gente apaixonada, abençoada pelo Divino e pelo Cristo Pantaneiro, gente verdadeira do Mato Grosso do Sul.

Como escreveu um bom coxinense em seu caminhão:

Bom mesmo é Coxim!

 

CADA FINAL DE ANO EU PEÇO AO DIVINO:

O QUE EU QUERO NO ANO QUE VEM

“- Quero tomar banho de Fortaleza;

- Quero escutar a melodia e o silêncio do Pantanal;

- Quero a barulhada das araras;

- Quero apreciar o doce da guavira e o sabor da manga madura;

- Quero fazer churrasco na brasa e tomar uma gelada;

- Quero bons amigos pra contar “causos”;

- Quero nos pés do Cristo renovar minha Fé;

- Quero boas e muitas risadas;

- Quero rodar nas águas do Taquari;

- Quero a sombra amiga do Pé de Cedro;

- Quero ver a comitiva passar;

- Quero admirar o pôr do sol da Ponte Velha;

- Quero arroz carreteiro no meu prato e no de todos os meus irmãos;

- Quero ver o dourado saltar a Cachoeira das Palmeiras;

- Quero receber a Bandeira em minha alma saudosa;

- Quero viajar nas corredeiras do Rio Coxim;

- Quero saborear caju e “piqui”;

- Quero na Praça do Pescador, estórias escutar;

- Quero o cheiro da manhã e do café feito na lenha;

- Quero erva crioula e água gelada;

- Quero escutar a canção da morena cor de jambo;

- Quero a sabedoria do velho pantaneiro;

- Quero o som ponteado da viola e a nota do acordeon;

- Quero dançar garboso no baile do Divino;

- Quero descer Virgínia Ferreira e passar por Filinto Muller;

- Quero pular da ponte no Ribeirão;

- Quero a fisgada do peixe e da fartura;

- Quero mais um ano de Coxim no Coração!”

Texto: Luciano D. Rezende

 

POEMA COXIM DE CORAÇÃO

“É terra querida

Coxim de coração

Sombra de pé de cedro

Banho de ribeirão

É portal do Pantanal

Capital do peixe...

Da festa e da aventura,

Do povo hospitaleiro...

Da cachoeira sem igual

Conversa de pantaneiro...

E carreteiro no estradão

Nesse chão de areia...

Caju, manga e pequi;

A morena cor de jambo

Raia o sol

Na alvorada fogueteira

Bora seu ‘minino’

Chapéu carandá no peito

Com a benção do Divino

Vamos firme no destino

Gurizada liberta...

Corre aqui e pula ali

Sob serra de horizontes...

proteção do Redentor

 

Cidade menina e faceira

Beira d’água de Taquari

Vai saudade coxineira;

Vontade de taí;

Seja aqui ou no Japão

É Coxim no coração!”

 

Encerro esse texto citando Maria do Carmo Toledo (índia da tribo Bororo) “Na nossa passagem por este planeta, curumim, temos de deixar nossas pegadas.”

Por: Luciano Domingues Rezende - Coxinense de alma e coração desde 1979, administrador da Página no Facebook “Coxim de Coração”. [email protected]


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