Ao optar pelo plano especial, os senadores pagam 11% sobre o salário de R$ 33.763 e serão os últimos a ter a opção a este benefício. A reforma da previdência proposta por Jair Bolsonaro (PSL) acaba com o privilégio para os parlamentares que serão eleitos a partir de 2022.
Como terão direito a receber aposentadoria de R$ 964,65, por cada ano contribuído, Nelsinho e Soraya terão direito a receber aposentadoria de R$ 7.717,20 por mês caso só exerçam um mandato de senador. Isso significa que, caso não sejam reeleito, já receberão aposentadoria 32% acima do valor máximo pago aos demais brasileiros.
Ao jornal paranaense, Soraya Thronicke rechaçou o termo “aposentadoria especial” para senadores. “Os parlamentares contribuem com a previdência no período em que estão trabalhando para o País, e, por isso fazem jus à previdência, com regras até mais rígidas que outros regimes, uma vez que não há distinção entre homens e mulheres”, justificou-se a parlamentar.
Por meio da assessoria, Nelsinho Trad disse que “fez a opção” e “assim como todos os brasileiros, poderá se aposentar somente após cumprir os 35 anos de contribuição”.
Só que a maioria dos brasileiros não deverá receber o valor integral. Pela Reforma da Previdência, que será votada pelos três senadores, os trabalhadores só poderão receber salário integral se tiver a idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens e contribuir por 40 anos.
Contudo, mesmo que contribua por 45 anos, o trabalhador nunca terá o mesmo benefício de Nelsinho e Soraya, porque o valor máximo a ser pago pelo INSS é de R$ 5.839,45.
A proposta de Bolsonaro prevê outras medidas até maldosas, como a redução do valor do benefício pago a idosos, doentes e deficientes pobres, de R$ 998 (um salário mínimo) para R$ 400. O abono do PIS só será pago aos trabalhadores que ganham um salário mínimo. Atualmente, o Governo paga um mínimo para quem até dois salários.
Os parlamentares também podem aprovar o fim da aposentadoria especial para professores e tornar as regras mais duras para os trabalhadores rurais.
Para minimizar o impacto da reforma na opinião pública, dos oito deputados federais, cinco rejeitaram o privilégio e aderiram ao regime geral: Beto Pereira e Rose Modesto, do PSDB; Dagoberto Nogueira (PDT); Loester Trutis e Luiz Ovando, do PSL.
Fábio Trad (PSD) aderiu ao PSSC, conforme a Gazeta do Povo. No entanto, conforme a assessoria, o deputado recuou e protocolou o pedido desistindo da aposentadoria especial.
Vander Loubet (PT) é o único que continua firme no plano especial. Bia Cavassa (PSDB) foi procurada por semanas, mas não se manifestou.