Depois de morrer e renascer duas vezes, o Fusca – o carro mais longevo da indústria automobilística mundial, com oito décadas de existência – chega ao seu fim definitivo, informou o site NBC News. A última unidade do “Beetle” (nome americano do veículo) saiu em 10 de julho da linha de montagem da fábrica da Volkswagen em Puebla, no México.
O Fusca nasceu ainda na era nazista, concebido por Adolf Hitler como “carro do povo” (Volkswagen, em alemão). Foi mesmo: barato, ele acabou se tornando o veículo mais popular do mundo.
Projetado pelo engenheiro automobilístico austríaco Ferdinand Porsche (que mais tarde criaria sua própria empresa de carros esportivos), o Beetle começou a ser fabricado em 1938, meses antes do início da II Guerra Mundial. Durante o conflito, a fábrica do carrinho, em Wolfsburg, foi bombardeada e reduzida a escombros, mas o Fusca começou a mostrar então sua notável capacidade de resistir.
Designado após a guerra para ajudar no reinício da indústria alemã, o major do exército britânico Ivan Hirst encontrou um Fusca que de alguma forma sobreviveu ao bombardeio e decidiu reiniciar sua produção. Alguns anos depois, o primeiro carro da nova safra foi enviado aos Estados Unidos, onde atraiu o interesse de consumidores cansados dos carrões bebedores de combustível fabricados no país naquela época.
Contracultura
O Fusca se tornou um dos símbolos da contracultura americana nos anos 1960. No seu auge, ele chegou a vender 1,3 milhão de unidades por ano no mundo, 400 mil dos quais apenas nos EUA.
Nos anos 1990, a produção global atingiu 21 milhões. Nessa época, porém, o Fusca já estava em declínio. A Volkswagen se aplicava na produção de novas linhas de veículos, uma das quais, o modelo Golf, começou a se mostrar para o público como mais atraente do que o carrinho surgido nos anos 1930