14/11/2019 às 08h00min - Atualizada em 14/11/2019 às 08h00min

Salário de negros teve queda ao mesmo tempo em que brancos ganharam mais

Desigualdade também foi presente na distribuição de cargos gerenciais

FÁBIO ORUÊ
Correio do Estado
Pretos ou pardos ganham menos e tem maior taxa de desemprego em comparação com brancos - Foto: Foto: Bruno Henrique/ Arquivo/ Correio do Est

Em Mato Grosso do Sul, o rendimento médio mensal das pessoas negras (pretas ou pardas), ocupadas tanto em empregos formais, como nos informais, apresentou queda de 3,5% entre 2017 e 2018. Segundo dados divulgados hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário mensal desse grupo diminuiu de R$ 1.782, em 2017, para R$ 1.718, em 2018. 

Ao mesmo tempo, nas mesmas condições (trabalhos formais e informais), o rendimento médio mensal das pessoas brancas teve um aumento de 1,5%, indo de R$ 2.380, em 2017, para R$ 2.650 em 2018. No país, o rendimento médio mensal das pessoas ocupadas brancas (R$ 2.796) foi 73,9% superior ao da população preta ou parda (R$ 1.608). Os pretos ou pardos receberam menos do que os trabalhadores de cor branca tanto nas ocupações formais, como nas informais.  

A desigualdade também foi presente na distribuição de cargos gerenciais, somente 29,9% deles eram exercidos por pessoas pretas ou pardas.

No Estado, em 2018, a taxa de desemprego da população preta ou parda, de 8,9%, era maior do que a dos brancos, que era de 6,6. Porém, entre 2016 a 2018, a relação de desocupação entre brancos e pretos ou pardos apresentou queda de 3,6% para 2,3%. Em Campo Grande, o porcentual de desemprego entre brancos e pretos ou pardos também diminuiu, indo de 3% (2016) para 1% (2018). 

Nacionalmente, em 2018, os pretos ou pardos representavam 54,9% da força de trabalho - cerca de 57,7 milhões de pessoas - e os brancos, 43,9%  - 46,1 milhões. Entretanto, a população preta ou parda representava 64,2% dos desocupados e 66,1% dos subutilizados. Enquanto 34,6% da população empregada de cor branca estava em ocupações informais, para os trabalhadores pretos ou pardos, este porcentual atingiu 47,3%. A taxa composta de subutilização da população preta e parda (29%) era maior do que a dos brancos (18,8%).


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