21/11/2019 às 08h28min - Atualizada em 21/11/2019 às 08h28min

“Não fechem minha escola”: alunos protestam contra novo reordenamento

Protestos se repetem pelo segundo ano contra decisão de encerrar ensino em algumas escolas estaduais

Izabela Sanchez, Fernanda Palheta e Leonardo Rocha
campograndenews
Aluna Terena da Escola Estadual Carlos Henrique Schrader leva cartaz de protesto à Assembleia nesta quarta-feira (20) (Foto: Leonardo Rocha)
Reordenamento do ensino em Mato Grosso do Sul provoca, pelo segundo ano consecutivo, protestos de alunos e comunidade escolar que são contrários à decisão de fechar as portas de escolas estaduais em Campo Grande e no interior. Na Capital, durante a manhã desta quarta-feira (20), ao menos três manifestações tem como mote o encerramento de escolas estaduais. A indignação de quem estuda em uma escola “especial e indígena” chegou até a Assembleia Legislativa.

Comunicado da SED (Secretaria Estadual de Educação) de que a Escola Estadual Carlos Henrique Schrader vai encerrar as atividades a partir de 2020 fez com que alunos, pais e professores fossem até o local para protestar. A mobilização começou por volta das 9h30 e no intervalo das aulas reuniu mais de 100 pessoas.

escola é querida na comunidade, conforme relataram, por se destacar na qualidade de ensino, desempenho dos alunos e por abrigar muitos estudantes indígenas e do meio rural.

É o que relatou a professora de língua portuguesa Gislaine Camargo, que contou ter ficado sabendo da decisão na terça-feira (18), “sem muitas informações”. Ela conta que a escola tem 26 anos e atende muitos alunos indígenas, além de ter projetos de ensino diferentes e abrigar alunos especiais, do 6º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio,

Ela afirma que os alunos serão remanejados. “A escola atende alunos da área rural, tem ônibus que leva e busca na saída de Três Lagoas, é uma escola que atende muitas demandas e tem um desempenho muito bom. Estamos sem entender”, disse.

 
A professora de língua portuguesa Gislaine (Foto: Fernanda Palheta)

A professora de língua portuguesa Gislaine (Foto: Fernanda Palheta)

A professora de língua portuguesa Gislaine (Foto: Fernanda Palheta)
Reinaldo e a esposa Julia Candido, de 40 anos (Foto: Fernanda Palheta)

Reinaldo e a esposa Julia Candido, de 40 anos (Foto: Fernanda Palheta)

Reinaldo e a esposa Julia Candido, de 40 anos (Foto: Fernanda Palheta)
Trabalhador da construção civil, o Terena Reinaldo de Almeida, 46, vive na aldeia urbana Marçal de Souza e contou que os dois filhos estudam na escola, um no 7º e o outro no 8º ano. “Não é legal, vai ser pior a mudança, vai esparramar, pra mim essa escola é boa porque meus filhos demoram 10 minutos para chegarem, não andam nem 1 km, a escola mais próxima fica a 3 km, eles teriam que ir de ônibus”, disse.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »