23/11/2019 às 08h04min - Atualizada em 23/11/2019 às 08h04min

Campo Grande é a maior consumidora de mandioca do País

Pesquisa do Senar aponta que consumo per capita de mandioca é de 15 quilos por ano, acima de 10 kg do ranking nacional

Rosana Siqueira
campograndenews
Que o campograndense é famoso pelo apreço ao churrasco todo mundo sabe. Mas agora uma pesquisa mostra que a Capital é considerada a maior consumidora de mandioca de mesa do país, com média anual per capita de 15 quilos. Porém, segundo dados atuais, 25% da mandioca de mesa consumida na Capital vem de outros estados.

Segundo um levantamento realizado pelo SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Mato Grosso do Sul é o 13º produtor nacional de mandioca, porém, está em segundo lugar no ranking de produtividade, com 35 mil hectares plantados. O consumo per capita anual no Estado é de 23 kg, 124% maior que a média nacional que é de 10 kg.

Eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o alimento do século 21, a mandioca é considerada uma das culturas mais antigas do Brasil, encontrada em terras brasileiras antes da chegada dos colonizadores. É um cultivar cujo investimento traz muitas vantagens. Além de ser uma planta que se propaga facilmente, que tem tolerância a períodos longos de estiagem e resistência a pragas e doenças, garante ao produtor uma boa lucratividade.

Projetos

Com objetivo de despertar os produtores da agricultura familiar quanto à necessidade de incrementar a produção de mandioca de mesa no município, a Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Agronegócio), iniciou em dezembro de 2017 o projeto Dinâmica da Mandioca, em parceria com a Embrapa/Dourados e Agraer.

O elevado consumo do alimento por parte dos campograndenses inspirou a Sedesc a propor a criação de um projeto visando desenvolver o cultivo de mandioca de mesa a partir de pesquisa realizada na Embrapa de Dourados sob o comando de Auro Otsubo, gerente de Transmissão de Tecnologias daquele órgão federal.

“Existe um amplo espaço para produção de mandioca no Estado, um produto cuja rentabilidade é de grande significado para o produtor”, explicou Otsubo.

 

 

Produção de mandioca do Estado ocupa 35 mil hectares (Divulgação)

Produção de mandioca do Estado ocupa 35 mil hectares (Divulgação)

Produção de mandioca do Estado ocupa 35 mil hectares (Divulgação)

Em dezembro de 2017 a Sedesc realizou o primeiro encontro entre produtores de mandioca e pesquisadores da Embrapa e da Agraer. Num workshop denominado Dinâmica da Mandioca foram levantadas as questões prioritárias para a formação de uma cooperativa com força suficiente para alavancar o importante projeto. No mesmo evento ficou definido que a Embrapa estaria pesquisando dois novos cultivares de mandioca que serão utilizados nesse projeto da Sedesc. São manivas (mudas) preparadas para o solo de Campo Grande, iniciando produção de mandioca de mesa para abastecer o mercado local.mandioca (3)


 

Várias ações foram definidas nesse workshop, iniciando pela capacitação dos produtores através do Programa Negócio Rural Certo, realizado por técnicos do SEBRAE/MS, abordando associativismo e cooperativismo. A partir desse ponto o próximo passo foi criar a cooperativa de produtores, destinada a implementar um modelo sustentável de produção de mandioca com boa lucratividade e rentabilidade.

Nasceu então a Cooperativa Ouro da Terra formada por 30 cooperados da agricultura familiar do município de Campo Grande. Em atividade, a Ouro da Terra beneficia diretamente 70 famílias entre cooperados e funcionários, além de 150 famílias de maneira indireta. O local escolhido para instalação da Cooperativa foi a Cidade dos Meninos, localizada na região norte da Capital. Nesse local também foram realizadas as capacitações dos produtores envolvidos no projeto. Essa parceria com a Cidade dos Meninos é importante pelo valor do projeto social ali existente.

“A partir de agora vamos buscar recursos para incrementar definitivamente a produção de mandioca de qualidade para a mesa dos campo-grandenses. Há um olhar do prefeito para essa questão de não importar mais esse produto, atingindo auto-suficiência em mandioca de mesa nos próximos anos”, comentou o secretário Herbert Assunção da Sedesc, destacando também o valor agregado com a integração entidades/empresas/produtores/poder público em busca da auto-suficiência na produção de mandioca de mesa em Campo Grande.


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