03/12/2019 às 11h33min - Atualizada em 03/12/2019 às 11h33min

Preço da arroba do boi deve estabilizar em fevereiro

Carne bovina teve valorização de 27% em um mês, passando de R$ 162,58 a R$ 207

SÚZAN BENITES
Correio do Estado
Disparada do preço da carne foi causada maiores exportações e crescimento da demanda interna - Foto: Foto: Werther Santana / Estadão

A cotação da arroba em Mato Grosso do Sul, registrou ganhos expressivos no mês de novembro. No dia 1° do mês passado a arroba do boi foi cotada a R$ 162,58 e a da vaca a R$ 151,17. Enquanto no segundo dia de dezembro, a arroba do boi é cotada a R$ 207 enquanto da vaca custa R$ 197, valorização de 27% e 30% em um mês. Conforme o Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG) o mercado deve se estabilizar em fevereiro.

De acordo com o presidente do sindicato, Alessandro Coelho, o cenário em que a pecuária está passando demonstra a recuperação de um mercado. 

“A arroba que sinaliza cerca de R$ 200 em Mato Grosso do Sul deve sim ser comemorada, mas com um sinal amarelo para aqueles que conseguiram permanecer na atividade, após o longo período de recessão e preços abaixo do custo de produção. Temos uma oferta restrita de animais e os pecuaristas precisam de estratégia para administrar seu rebanho neste momento”.

O pecuarista ainda alerta que reter animais pensando em uma remuneração ainda maior nas próximas semanas, talvez não seja o mais indicado, levando em consideração que esse mercado deve se estabilizar em meados de fevereiro de 2020. “Na hora de colocar os números no papel precisamos somar a recessão dos últimos anos  aos custos de produção que subiram junto com a arroba, chegando ao resultado de uma margem ainda modesta”.

A estiagem também  prejudicou um percentual dos pastos, dividindo espaço com o milho e soja, que seguem o mesmo embalo de alta, isso encarece a nutrição animal. Coelho ainda ressalta que há uma série de aberturas de mercado em andamento, graças ao empenho da ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina Dias, mas refletirá de forma significativa, a partir de 2020.

“O que precisa ficar muito claro nesse mercado da proteína vermelha é que estamos todos do mesmo lado e conectados. A valorização ao pecuarista é um movimento natural de mercado, reflexo do apetite interno e externo, junto da escassez de animais. Isso precifica também a indústria, causando um impacto aos pequenos e grandes frigoríficos que acabam por manter parte da sua capacidade de abate ociosa, e logo, consequência aos atacadistas e supermercados, que precisam desembolsar mais para comprar da indústria. De forma automática os custos são divididos com o consumidor final, que até meados de 2020 deverá desembolsar mais no quilo da carne bovina”, explicou Alessandro Coelho.

EXPORTAÇÕES

Em Mato Grosso do Sul, as carnes figuraram em alta na pauta de exportações. De janeiro a outubro de 2019, as carnes  apresentaram aumento de 14,4% nas exportações, em comparação ao mesmo período do ano passado e faturamento de US$ 814 milhões.


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