14/02/2020 às 08h05min - Atualizada em 14/02/2020 às 08h05min

Gravidez na adolescência atinge 62 entre mil; Operadora já atendeu mais de 600 casos em MS

Campanha quer reduzir números de grávidas adolescentes

Fábio Oruê
Correio do Estado

Considerada de risco e com alta taxa de mortalidade, a gravidez na adolescência - período entre os 10 e 19 anos - acontece com 62 meninas entre um grupo de mil no Brasil, número considerado alto já que a média mundial é de 44 a cada mil. Em Mato Grosso do Sul, uma operadora de plano de saúde, entre 2015 e 2019, atendeu 617 jovens gestantes. 

Para reduzir esses dados, por meio do diálogo e orientação, foi lançada a campanha de prevenção da gravidez na adolescência, na tarde desta quinta-feira (13), em Campo Grande. “Nós precisamos retirar da vulnerabilidade [dos jovens] por meio da informação. Mães com 12 anos é uma escolha? Trazer o pai, a mãe, a família, o adolescente para o debate, o cuidado, a autoimagem, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e adiar sim; por que não?; a sua vida sexual quanto se tem uma escolha uma política de saúde”, comentou Maria Auxiliadora Budib, ginecologista e diretora de Assistência à Saúde da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems). 
 

“São 24 mil adolescentes na Operadora, a maioria concentrados em Campo Grande. Durante a infância, são acompanhados na Pediatria. No entanto, no período da adolescência, há um afastamento dos cuidados com a saúde. Algumas jovens ainda vão ao ginecologista, em decorrência da menstruação, mas os meninos só voltam à ir ao médico na vida adulta, geralmente, na Urologia. Precisamos cuidar dos nossos adolescentes”, disse ela, que enfatizou a questão da atenção também aos jovens do sexo masculino.

Recentemente, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, sob o comando da ministra Damares Alves, divulgou uma nota em que defende a abstinência sexual como política pública para o sexo seguro e prevenção da gravidez precoce, o que gerou repercussão negativa. 

Sobre o assunto, o presidente da Cassems, Ricardo Ayache, atestou que a afirmação ainda não é uma política pública e que segue todos os protocolos federais. “A cassems segue a recomendação do Ministério da Saúde e vai discutir o sexo seguro e a prevenção com os adolescentes, com os pais, com a família. O conhecimento e a informação são as principais ferramentas para o combate da gravidez na adolescência”, disse ele em coletiva de imprensa. 


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