Etiene Medeiros - medalha de prata no Mundial 50m costas (Foto: Satiro Sodré/SMPRESS)Em menos de um ano, a vida de Etiene Medeirosvirou de cabeça para baixo. A busca por bons resultados é de longa data, mas as conquistas marcantes “resolveram” vir todas de uma vez, uma atropelando a outra. A pernambucana de 25 anos, que reluta para não tirar os pés do chão, ainda tenta filtrar a sequência de pioneirismos que têm feito dela o principal nome da natação feminina do Brasil. O último grande feito foi nesta quinta-feira, quando se tornou a primeira brasileira a subir no pódio de um Mundial em piscina longa (50m). No ano passado, ela já havia quebrado a mesma barreira na competição em piscina curta (25m). Para completar, ainda levou o ouro inédito para o país nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, há duas semanas.
- Eu estou realmente sem palavras. Tem muita coisa acontecendo na minha carreira, muita coisa ao mesmo tempo. Tenho que filtrar bem as coisas. Está sendo muito rápido. Em menos de 10 meses, recorde mundial (dos 50m costas, em piscina curta), pan-americano... estou muito feliz com os resultados. Mas, ao mesmo tempo, tenho que saber filtrar cada momento. Lá no Pan foi uma história, aqui está sendo outra. Um estágio de cada vez, passa a passo. Estou conseguindo fazer isso com o meu técnico, estou muito feliz.
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Duas semanas depois de ter conquistado o primeiro título pan-americano da natação feminina brasileira, em Toronto, Etiene garantiu também primeira medalha do país no feminino em mundiais de longa, ao terminar em segundo lugar na final dos 50m costas em Kazan. A pernambucana, que chegou atrás apenas da chinesa Fu Yuanhui, saiu da piscina ainda aérea, esperando a ficha cair.
- Eu não tenho noção (do peso de seu feito). Estou em negócio tão louco de objetivo, de uma coisa maior. Não quero contar por que é um objetivo meu. Eu estou traçando, as coisas estão vindo, e estou cada vez mais agarrando as oportunidades. É bom porque eu não tenho tempo de pensar. Mas, ao mesmo tempo, tenho que curtir cada momento. Mas está sendo incrível. Eu só estou sendo eu, e as coisas estão acontecendo naturalmente. É muito trabalho também. Não é só aqui chegar e nadar - afirmou.
Se a nadadora ainda tem dificuldades de entender o alcance de seu pioneirismo, o técnico as seleção feminina de natação, porém, sabe bem o efeito positivo que as conquistas de Etiene podem trazer.
- Isso, com certeza, está mobilizando outras meninas do Brasil a praticarem natação, a se inspirarem nela, a quererem estar no lugar dela. Isso para a natação é fantástico – afirmou Fernando Vanzella.
Etiene ainda tem outros desafios no Mundial de Kazan. Ele nada os 50m livre, no sábado, e o revezamento 4x100m medley, no domingo. O esperado descanso depois do Pan e do Mundial terá de ser adiado por mais duas semanas, já que ainda neste mês será realizado o Troféu José Finkel, em São Paulo. No fim de agosto é que, enfim, terá uns dias livres para curtir a família em Pernambuco e comer cuscuz.
- Eu amo o Recife, amo minha torcida, amo a minha família, não vou deixar vocês nunca, apesar de estar fora da minha cidade. Mas é em busca de um sonho. Se deus quiser, vou levar uma coisa maior para a minha cidade. Quero ver meus avós, estar com a minha família, e quero um cuscuz - brincou. .
