10/10/2020 às 16h30min - Atualizada em 10/10/2020 às 16h30min

Após 212 dias de pandemia, não há como definir se MS chegou na imunidade de rebanho, diz infectologista

Estado já soma mais de 74 mil pacientes confirmados da doença.

Karina Campos
MIDIAMAX
Autor: Edemir Direitos de autor: ERN


Mato Grosso do Sul já enfrenta há 212 dias a pandemia de coronavirus, desde os primeiros casos confirmados registrados no mês de março. Embora o longo período, especialista afirma que ainda não há como saber se o Estado já alcançou a fase de imunidade de rebanho e/ou se representa um cenário do ‘fim da ’.

Depois de meses passando em casa e aderindo as medidas restritivas, as regras foram flexibilizadas tanto em Campo Grande como no interior, dando a sensação de que o pior já passou. Mas afinal, o pedido de isolamento social foi eficaz? Os casos podem aumentar?

Segundo o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e da  (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), o que determina o balanço de picos que evidenciam a desaceleração de casos é a chamada imunidade de rebanho, acompanhada com adesão do isolamento social e as demais medidas de biossegurança.

“Não temos dados de soroprevalência para saber quantas pessoas já foram infectadas no Estado. Esse é o papel da imunidade de rebanho. Temos que ter uma tendência maior de queda na média móvel e RT (Taxa de transmissão) menor que 1 para para realmente afirmar que estamos em uma queda importante, assim como aconteceu para São Paulo”, explica.

Essa taxa de contágio representa a quantidade, em média, de moradores infectados que transmitem o vírus em um determinado lugar ou período. A porcentagem abaixo de 1 determina que cada contaminado infecta menos pessoas, o que sugere uma queda gradual de indivíduos que tiveram contato com a doença.

Ou seja, o pedido de isolamento social, distanciamento, uso de máscara e higienização das mãos é eficaz para evitar um caos com alto número de pessoas infectadas em um mesmo espaço, principalmente por aqueles que são assintomáticos.

Em setembro, a  divulgou o último estudo matemático que apontava a queda de 22% no pico de contágio da  no Estado, além de descartar um novo colapso na ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

 

A redução segue em passos lentos, embora tenha revelado a redução de pacientes confirmados e mortes em decorrência da doença. A diminuição foi pouco significada em casos de internação, passando de 308 para 282, desde o dia 13 para o dia 20 de setembro.

Conforme o último boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde) de sexta-feira (9), a ritmo de transmissão caiu de 1 para 0,98 durante essa semana. Somando mais de 74 mil positivos.

Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas e Sidrolândia continuam sendo os municípios que mais registram casos confirmados e óbitos.

Com o feriado prolongado, a previsão de alerta é que os casos aumentem nos próximos dias, de acordo com o monitoramento.

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