19/04/2021 às 13h30min - Atualizada em 19/04/2021 às 13h30min

Com a carne bovina em alta, produção de suínos ganha destaque em MS

Consumidores buscam alternativas e produção de suínos cresce mais de 70% no Estado 1

Rafaela Moreira
Correio do Estado
Consumidores buscam alternativas e produção de suínos cresce mais de 70% no Estado - Reprodução

Com a disparada dos preços da carne bovina, a suinocultura tem apresentado destaque em Mato Grosso do Sul, no ano passado o Valor Bruto da Produção (VBP) dos suínos atingiu o recorde de R$ 1,1 bilhão de faturamento no Estado.

 

A suinocultura corresponde a parte da zootecnia direcionada a criação de suínos para a produção de alimentos e derivados. A carne suína é, hoje, a mais consumida em todo o mundo, e corresponde a 40% do total de proteína animal na alimentação das pessoas. 

“Nosso foco é estruturar essa cadeia produtiva no Estado, desde a produção até o abate e o processamento da carne. Hoje Mato Grosso do Sul importa leitões e estamos trabalhando para incentivar a entrada de novos produtores no setor e aumentar a produção. Entre as ações está a viabilidade de energia elétrica e recursos financeiros”, explicou o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

No ano passado foram abatidos 3,2 milhões de cabeças de bovinos em Mato Grosso do Sul, o que representa uma queda de 13,9 mil em relação a 2019. 

Na contramão dos bovinos, os abates de suínos atingiram valor recorde, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Atualmente a cadeia da suinocultura é responsável por 16 mil empregos e produção estimada em R$ 16 bilhões. Ao todo, são 74,6 mil matrizes distribuídas em 34 propriedades no Estado, que contam com a vantagem da disponibilidade de grãos de qualidade para a preparação de ração. 

A produção tem apresentado evolução constante, com crescimento de 128% nos últimos dez anos e aumento de 131% nos abates no mesmo período. 

Conforme o levantamento, o crescimento na procura por proteínas alternativas estão relacionadas à recessão econômica e ao isolamento social, uma vez que o produto é fonte de proteína mais acessível.

“Estamos consolidando o projeto de expansão da suinocultura em nosso Estado. Uma boa parte das matrizes produzidas será vendida para produtores de leitão em Mato Grosso do Sul, a fim de atender a crescente demanda das indústrias do setor. Cerca de 60% será comercializado para outros Estados. Seremos exportadores de genética suína, atendendo também o mercado brasileiro”, destacou Verruck.

Mato Grosso do Sul ocupa a sexta posição no ranking de exportações de carne suína no País, Hong Kong é o principal parceiro comercial externo no Estado.

No ano passado, o volume exportado cresceu 400%, Cingapura desponta como o segundo país que mais consome a carne suína do Estado, com 20% de participação na balança comercial.

Para o presidente da Associação sul-mato-grossense de produtores de suínos (Asumas), Alessandro Boigues, a suinocultura em Mato Grosso do Sul se destaca exponencialmente. 

“Além de se consagrar como um dos setores que mais gera emprego durante a pandemia, carrega um leque de alternativas mercadológicas. Atualmente a produção do estado se concentra no mercado interno e se sustenta positivamente”, destacou.

No Brasil, a estimativa para este ano é de um novo recorde na produção de suínos, chegando a 4,35 milhões de toneladas. O índice tende a superar a quantidade registrada em 2020, quando o país teve 4,25 milhões de toneladas de suínos produzidos.


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