23/04/2021 às 10h15min - Atualizada em 23/04/2021 às 10h15min

Mato Grosso do Sul consegue permissão para compra da vacina russa Sputinik-V

Decisão final ainda depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA

Naiara Camargo
Correio do Estado
Com aprovação da Anvisa, Mato Grosso do Sul pode aplicar Sputinik-V - Divulgação

Em reunião virtual, o Fundo Soberano Russo (RDIF) permitiu a compra da vacina russa Sputinik-V pelo Consórcio Brasil Central, o qual Mato Grosso do Sul faz parte. 

A finalização da compra ainda depende do registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O evento aconteceu na tarde desta quinta-feira (23). 

 

Os Estados integrantes ao Consórcio Brasil Central são Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Distrito Federal, Tocantins, Maranhão e Rondônia. O objetivo é acelerar a vacinação nos Estados, principalmente em Mato Grosso do Sul, de modo à garantir segurança, proteção e saúde aos sul-mato-grossenses.

O secretário do meio ambiente, desenvolvimento econômico, produção e agricultura familiar, Jaime Verruck participou da reunião.

As unidades federativas concordaram em repassar todas as vacinas ao Plano Nacional de Imunização (PNI), como orientado pelo Ministério da Saúde, desde que haja aumento proporcional das cotas que lhe cabem das vacinas e sejam remunerados fundo a fundo. 

A Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) vai entrar com uma medida judicial para que a decisão do ministro Ricardo Lewandoski, do Supremo Tribunal Federal (STF) seja estendida para o Consórcio Brasil Central e não fique apenas restrita ao estado do Maranhão. 

 O vice-governador do Distritito Federal (DF), Paco Britto relatou que a intenção é distribuir quatro milhões de doses para cada associado. Com isso, cada Estado consorciado teria dois milhões de pessoas imunizadas.

O governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), visitou a fábrica de vacinas da União Química, laboratório brasileiro que produz a Sputnik V, em 13 de abril, em uma visita à Brasília com o secretário de estado de Saúde, Geraldo Resende.

Azambuja confirmou o interesse em adquirir o imunizante. Resende conta em suas redes sociais que ficou impressionado com a velocidade que a empresa fabrica a Sputinik-V.

“Acredito que nós vamos ter condições de mais uma vacina para gente imunizar não só a população brasileira mas também a população do Mato Grosso do Sul”, afirmou o secretário estadual de Saúde.

 

Interesse

Empresas de Mato Grosso do Sul pretendem comprar vacinas assim que for possível. O setor privado aguarda análise da proposta no Senado. 

O presidente da Energisa, Marcelo Vinhais explica que mais importante que conseguir o aval do governo, é conseguir encontrar os imunizantes disponíveis para venda. 

"Um grande desafio que a gente está encontrando é achar vacinas no exterior. Então o maior desafio é achar a vacina, às vezes o aval é a coisa mais fácil de se conseguir depois disso".

Em 7 de abril, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto que permite à iniciativa privada comprar vacinas para a imunização de empregados, desde que seja doada ao PNI. 

Segundo o texto, os empresários poderão comprar vacinas que ainda não tiveram aval da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que autorizadas por agências reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa aquisição pode ser feita diretamente pelas empresas ou por meio de consórcio.

Unidos pela vacina

O movimento “Unidos pela Vacina” foi lançado na manhã de 23 de abril na Casa da Indústria, em Campo Grande.

O objetivo é amparar o processo de vacinação em todo o Estado, de modo à possibilitar a doação de seringas, aventais e freezers para manter o refrigeração do imunizante, com expectativa de concluir a imunização de todos os brasileiros até setembro.

Além disso, o projeto também visa proporcionar locomoção para profissionais de saúde para aplicação da vacina em domicílio e ofertar computadores e redes wi-fi para viabilizar a alimentação do sistema com dados da vacinação.

O movimento une 42 empresas, entidades, associações e Organizações não Governamentais (ONGs), como o jornal Correio do Estado, Unimed, Fecomércio; Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), Energisa, Copagaz, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Grupo Mulheres do Brasil; entre outras.

É um movimento sem interesses financeiros e apartidário. É liderado pela Fiems, Energisa e Grupo Mulheres do Brasil, com os anfitriões Sérgio Longen, Marcelo Vinhaes e Marina Mandetta, respectivamente. 

Vacinômetro

plataforma disponibiliza em tempo real qual é a situação no processo de imunização em cada município do Estado.

As pessoas podem informar-se a respeito quantas doses foram aplicadas (dose 1 e dos 2); percentual de vacinados; percentual de imunizados; grupos que já receberam a vacina; entre outros.

Segundo dados da ferramenta, 637.500 doses já foram aplicadas no Estado e 15,84% da população sul-mato-grossense está vacinada. Mato Grosso do Sul é o segundo estado que mais vacinou no Brasil, perdendo apenas para os Rio Grande do Sul. 

Na capital, 224.783 doses já foram aplicadas, sendo 163.852 da primeira e 60.931 da segunda. Com isso, 18,08% da população campo-grandense já está vacinada. Os dados são do vacinômetro disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com Painel Coronavírus – Google, 973.378.158 doses já foram aplicadas no mundo.


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