11/01/2022 às 16h44min - Atualizada em 11/01/2022 às 16h44min

Surto de síndromes respiratórias lota unidades de saúde e pacientes esperam horas por atendimento

Pacientes também reclamaram de aglomerações nos postos de Campo Grande

Anna Gomes e Ranziel Oliveira
MIDIAMAX
Henrique Arakaki/Midiamax

O surto de casos de síndrome respiratória como covid, influenza e gripe em geral fez aumentar a procura das unidades de saúde de Campo Grande. A situação faz com que pacientes aguardem por horas para conseguir atendimento médico nesta terça-feira (11).

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax, recebeu inúmeras denúncias com reclamações feitas pelos leitores. No CRS (Centro Regional de Saúde) do Nova Bahia, por exemplo, as tendas montadas pela prefeitura estavam lotadas.

A operadora de caixa, Karine de Jesus Cardoso, de 27 anos, diz que procurou a unidade de saúde após uma colega de trabalho testar positivo para a covid-19. “Estou com suspeita há uns três dias e hoje resolvi fazer o teste. O atendimento está demorando mais, é muita gente procurando ao mesmo tempo”, disse.

Um vendedor, de 37 anos, disse que estava infectado pelo vírus, mas mesmo assim foi pegar o resultado de um exame de sangue na unidade de saúde. “Já peguei covid duas vezes, mas agora estou usando máscara para não pegar a terceira. Vim me consultar também”, disse.

Em outro ponto da cidade, na unidade de saúde do Bairro Mário Covas, há meses o atendimento está demorado, mas agora, com o aumento dos casos de covid-19, a situação está ainda pior, conforme um leitor que encaminhou a denúncia ao Midiamax.

“Sempre alegam que não têm médicos. Há mais de três meses eles falam a mesma coisa e eu até já fiz uma reclamação na Secretaria de Saúde, mas até hoje nada foi feito. Agora a desculpa da falta de médicos é a covid-19”, destacou.

Sobre a demora no atendimento, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) destaca que as tendas servem para dar celeridade no atendimento de pessoas com sintomas respiratórios. Para o atendimento destes pacientes, é feita a triagem, onde é avaliado o risco à vida desse de acordo com o quadro clínico apresentado inicialmente.

Ainda segundo a Sesau, a maior parte dos pacientes que estão indo às unidades de urgência e emergência da secretaria com sintomas respiratórios são classificados como azul ou verde — pouco ou nenhum risco à vida, e o tempo protocolar de espera para esta classificação é de até quatro horas. Ou seja, o atendimento sendo realizado em até 40 minutos está muito abaixo do protocolar, mostrando a eficácia das tendas montadas.

Testes de covid-19

Outro ponto que os pacientes têm reclamado bastante é a suposta falta de organização nas unidades de saúde da Capital. Conforme a população pessoas contaminadas e não contaminadas ficam próximas umas das outras, fator que poderia ajudar a disseminar ainda mais o vírus.

Conforme uma das denunciantes, ela chegou à unidade às 5h da manhã desta terça-feira (11) e, na fila, precisou ficar perto de pessoas com nítidos sintomas de covid-19.

“Dizem que basta a população procurar as unidades de saúde que elas estão fazendo o teste. Ontem procurei três e nada de ter. Hoje tive que chegar 5h da manhã para pegar uma das 100 fichas que o posto disponibiliza para fazer os testes. Na fila, tem gente não contaminada que acaba pegando o vírus, pois todo mundo fica no mesmo espaço”, destacou.

Pacientes que procuraram a unidade de saúde do Bairro Coronel Antonino também reclamaram de aglomeração. “Chamam 30 pessoas de uma só vez e colocam tudo no corredor para não chamar atenção da mídia. Quem está apenas com gripe sai daqui com outras doenças”, disse uma leitora.

Sobre o assunto, a Sesau informa que as informações citadas pela população não procedem. A secretaria destaca que desde o início da pandemia de Covid-19, todas as unidades de saúde do Município adotaram protocolo de atendimento para evitar o contato direto de pacientes sintomáticos de pacientes assintomáticos, não havendo, portanto, riscos de contaminação cruzada.

A Sesau disse que as pessoas são orientadas a permanecerem em locais reservados. A Secretaria também já teria reforçado a orientação para que as unidades reiterem tal exigência aos pacientes.


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