Familiar de uma paciente, 52 anos, que terá o nome preservado, criticou a receita escrita por um médico da UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Azaleia ao indicar o chamado e polêmico 'Kit Covid' para tratamento domiciliar.
A mulher em questão havia contraído o vírus há cinco dias, mas imaginou que seria sintomas de uma gripe forte, mas por conselhos da família, buscou atendimento e ao receber o teste viu que o resultado havia dado positivo.
Cabe ressaltar que, segundo informações dos familiares, ela está imunizada com as duas doses da vacina contra a covid-19.
No dia 11 de janeiro, ela procurou auxílio médico na unidade de saúde e notou que ao sair de lá, o médico havia receitado os medicamentos e encaminhou uma foto o familiar, que não teria gostado da receita após amplo debate sobre o uso dos remédios na pandemia.
"Parece piada, depois de dois anos de pandemia, mas, se o médico fez isso com essa paciente, pode estar fazendo com tantos outros", relatou o familiar para a reportagem, mas que não preferiu se identificar.
Ao notar a presença dos remédios, ele procurou auxílio de um amigo que também era médico e recebeu a resposta que isso estaria sendo uma prática comum.
"Eu encaminhei a receita para um médico amigo meu que trabalha num posto de saúde, e o mesmo relatou que alguns colegas tem feito isso mesmo. Se ela tivesse confirmado que tinha o vírus da influenza, seria até normal receitar a Azitromicina. Todavia não era o caso e o médico receitou ivermectina", disse.
O tema 'Kit Covid' ganhou notoriedade após amplo debate sobre sua ineficiência contra a covid-19. A utilização do medicamento pelo presidente Jair Bolsonaro também engrandeceu o assunto.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) para uma breve explicação sobre o tema e em nota, foi repassado que o médico "tem ampla autonomia para receitar a medicação que avalia fazer melhor efeito no tratamento do paciente".
Isso, segundo a nota, equivale para os medicamentos que pertencem ou não ao 'Kit Covid'.
"É importante ressaltar que o isolamento deve ser mantido à risca e, caso haja agravamento dos sintomas, o médico deverá ser procurado".