28/08/2015 às 18h43min - Atualizada em 28/08/2015 às 18h43min

Autoridades recuperam corpos de imigrantes após naufrágio na Líbia

CORREIO DO BRASIL
As autoridades líbias levaram 147 sobreviventes para um centro de detenção

A Líbia recuperou 82 corpos que foram parar em terra depois que um barco repleto de imigrantes afundou perto da cidade de Zuwara, no oeste do país, disse um funcionário do Crescente Vermelho nesta sexta-feira.

– Cerca de 100 pessoas ainda estão desaparecidas – afirmou Ibrahim al-Attoushi, do Crescente Vermelho, acrescentando que pelo menos 198 imigrantes haviam sido resgatados.

O barco afundou na quinta-feira depois de deixar Zuwara, um porto de onde traficantes de pessoas normalmente embarcam imigrantes para a Itália, explorando o vazio na segurança da Líbia, onde governos rivais e dezenas de grupos armados disputam o poder.

Muitos dos imigrantes a bordo, a maioria da África subsaariana, ficaram presos no porão quando o barco virou, disseram autoridades.

As autoridades líbias levaram 147 sobreviventes para um centro de detenção de imigrantes ilegais em Sabratha, a oeste de Trípoli, de acordo com um oficial de segurança da Líbia, que pediu que não fosse identificado.

Número de imigrantes

O número de refugiados e imigrantes que cruzaram o mar Mediterrâneo para chegar à Europa ultrapassou 300 mil neste ano, bem acima dos 219 mil no acumulado de 2014, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) nesta sexta-feira.

Mais de 2,5 mil pessoas morreram fazendo a travessia neste ano, não incluindo as 200 pessoas que possivelmente se afogaram na costa da Líbia nas últimas 24 horas. Isto se compara com as 3,5 mil que morreram ou desapareceram no Mediterrâneo em 2014.

– A maneira como as pessoas estão sendo colocadas em barcos está causando suas mortes – disse a porta-voz do Acnur, Melissa Fleming, em entrevista coletiva da ONU.

A agência de busca e resgate europeia Frontex salvou dezenas de milhares de vidas neste ano, mas países da União Europeia precisam fazer mais para agir em conjunto e lidar com o problema, que, segundo o Acnur, pode ser enfrentado com a ação correta.

Melissa disse ainda que há alternativas legais para a jornada perigosa pelo Mediterrâneo, como recolocação e admissão humanitária, com regras mais fáceis de visto e reunificação familiar, porém tais esquemas são “bem poucos para o número de pessoas”.


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