Minotauro admite que limitações físicas o fizeram pendurar as luvas

Rodrigo Minotauro está animado para exercer seu novo cargo no UFC – Erik Engelhart

Ex-campeão do UFC (interino), Pride, Rings e WEF, Rodrigo ‘Minotauro’ anunciou a sua aposentadoria oficial do MMA, na última terça-feira (1), em coletiva realizada no Rio de Janeiro e assumiu o cargo de embaixador do Ultimate no Brasil. Aos 39 anos e com 46 lutas no currículo, o baiano bom de briga garantiu que a decisão de parar se deu por conta das limitações físicas que vinha enfrentando há pelo menos sete anos.

Com cirurgias espalhadas pelo corpo inteiro e a lataria bastante avariada, Minotauro confessou que o seu corpo começou a reclamar já em 2008, quando a sua maior arma, o quadril, começou a dar indícios de que já não aguentava mais a sobrecarga de colocar gigantes dentro de sua guarda, em uma época em que a divisão de pesos estava apenas iniciando.

“Em 2008 meu corpo começou a reclamar, não conseguia identificar o que era. Em 2009 vimos que era o quadril, fiz cirurgias, fiquei quase seis meses andando de muleta. Faço fisioterapia quase diariamente, minha terapia é a fisioterapia (risos). Operei joelho, braços. Então eu não conseguia mais ter o desempenho físico desejado. Hoje o UFC tem a categoria de 120kg, mas antes não, e eu lutava com Semmy Schilt, Mark Coleman… Então são dores que tenho constantemente, como no pescoço e essas limitações físicas me fizeram tomar a decisão de parar”, disse Minotauro, em coletiva no Rio de Janeiro, revelando que o presidente do UFC, já o queria ver aposentado há pelo menos quatro anos.

“Eu vi três gerações pararem praticamente. Em 2011 quando vim de uma cirurgia do quadril, eu pedi, o Dana me chamou para lutar e disse ‘Rodrigo, a gente faz sua luta, mas está na hora de você parar’. Sempre teve isso de ele falar para eu parar e eu pedir para continuar. Mas eu vejo isso como cuidado, assim como ele fez outros, como Forest Griffin, entre outros atletas. Vejo que ele tem um carinho comigo”.

Minotauro pendurou as luvas após amargar três derrotas consecutivas no Ultimate, mas garantiu que, independente do resultado de sua última luta contra Stefan Struve, quando acabou superado na decisão unânime, em 1º de agosto, no Rio de Janeiro, a decisão de pendurar as luvas já havia sido tomada.

“Acho que não mudaria a decisão de parar se vencesse. Às vezes você quer explodir mais, ter mais velocidade, e eu sou perfeccionista, me cobraria e pensaria o que faria se tivesse melhor fisicamente. Eu não lutei com dores, mas sinto limitação física por conta da idade e lesões que tive. O resultado não mudaria minha decisão. Estou consciente, mas triste, gostaria de estar lutando, mas decidi que agora é a hora certa”, concluiu.