17/05/2022 às 13h32min - Atualizada em 17/05/2022 às 13h32min

Casal que dormia em chiqueiro é resgatado de situação análoga à escravidão em fazenda no Pantanal

Dois produtores rurais foram presos pelo crime. Pena de reclusão varia entre 2 e 8 anos. As vítimas eram mantidas em um barraco às margens do Rio Paraguai, em Corumbá (MS).

Da Redação
G1

Um casal foi resgato em situação análoga à escravidão, em uma propriedade rural, nesta segunda-feira (16), em Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. As vítimas dormiam em um chiqueiro, às margens do Rio Paraguai. Em situação degradante, a Polícia Civil constatou que o casal pagava pela "estadia" e alimentos que comiam. 

O resgate foi feito pela Polícia Civil de Corumbá. O delegado Nicson Lenon Cruz Galisa explicou que chegou até ao casal ao investigar um homicídio na região na semana passada. 

"Houve um homicídio semana passada e em diligência chegamos a esta fazenda. Conversando com o casal, percebemos que eles estavam em uma situação degradante. Hoje, fomos para resgatá-los. Eles estavam dormindo no chiqueiro, bebiam água do rio e o patrão cobrava pela estadia, já que estavam se alimentando com alimentos do patrão. Os patrões cobravam tudo para manter eles aqui. Situação bem precária e triste", comentou o delegado.  

A mulher, de 38 anos, mencionou que os patrões fizeram um acordo para pagar R$ 60,00 por hectare roçado, porém, nunca houve pagamento dos trabalhos prestados e os produtores rurais cobravam pelo que "enviavam" às vítimas. O marido tem 24 anos. 

"Era difícil, mas íamos lidando. Eles eram bravos, a gente pedia ajuda e nunca vinham resolver. O combinado era pagar para roçar por hectare. Eles falavam que deviam para eles, cobravam até a comida. Eu dormia debaixo de mosquitos, três meses muito tristes. Sempre que chovia o barraco inundava", relatou a vítima. 

Os dois patrões foram presos em flagrante pelo crime de reduzir alguém a condição análoga à escravidão, com pena variando de 2 a 8 anos. As vítimas foram levadas para a delegacia de Corumbá e serão encaminhadas para o serviço de assistência social. 

 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »