25/11/2022 às 07h55min - Atualizada em 25/11/2022 às 07h55min

Preços voltam a subir e alimentação fica ainda mais cara após eleições

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços: Saúde e cuidados pessoais (0,91%), Alimentação e bebidas (0,54%), Transportes (0,49%), Artigos de residência (0,54%), Habitação (0,48%), Vestuário (1,48%), Educação (0,05%) e Despesas pessoais (0,27%).

DA REDAÇÃO/CORREIO DO BRASIL
O grupo alimentação e bebidas ainda acumula inflação de 9,54% ao longo deste ano
Sem a jogada eleitoreira do presidente Jair Bolsonaro (PL), que produziu a redução artificial dos preços dos combustíveis, da energia e das telecomunicações, os preços da economia voltaram a acelerar no país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,53% em novembro, após ter subido 0,16% em outubro, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa em 12 meses desacelerou de 6,85% em outubro para 6,17% em novembro.

— Daqui para frente, o que devemos ver é uma inflação desacelerando, mas em ritmo lento e em patamar ainda elevado — disse a jornalistas Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em nota divulgada nesta manhã.

Com o resultado anunciado nesta quinta, o IPCA-15 acumulou um aumento de 5,35% de janeiro a novembro deste ano.

Combustíveis

Em novembro, a aceleração do IPCA-15 foi puxada por segmentos voláteis, avaliou o economista João Savignon, da gestora de recursos Kínitro Capital.

— Como combustíveis, que voltou forte ao terreno positivo, alimentação no domicílio, com pressões sobre alimentos in natura, e itens de cuidados pessoais, com preços subindo como uma antecipação aos descontos da Black Friday — escreveu Savignon, em relatório aos clientes.

Para o economista, o resultado não deve impactar de forma significativa as projeções para os preços do restante do ano. A Kínitro Capital manteve sua estimativa de um IPCA de 0,54% no fechamento de novembro e de 6,0% em 2022.

Alimentos

Oito dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços em novembro: Saúde e cuidados pessoais (0,91%), Alimentação e bebidas (0,54%), Transportes (0,49%), Artigos de residência (0,54%), Habitação (0,48%), Vestuário (1,48%), Educação (0,05%) e Despesas pessoais (0,27%). O único com estabilidade foi Comunicação (0,00%).

A alimentação consumida no domicílio subiu 0,60%. As famílias pagaram mais pelo tomate (17,79%), cebola (13,79%), batata-inglesa (8,99%) e frutas (3,49%). Na direção oposta, o leite longa vida recuou 6,28%, após uma queda de 9,91% em outubro. No entanto, o produto ainda acumula uma alta de 33,57% no ano.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,40% em novembro. A refeição fora de casa aumentou 0,36%, e o lanche subiu 0,54%.

Energia

Ainda nesta quinta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estimou que a tarifa de energia elétrica deve subir, em média, 5,6% em 2023. A projeção da agência é que, no próximo ano, sete distribuidoras tenham reajuste superior a 10%; 15 distribuidoras, reajuste entre 5% e 10%; 17 distribuidoras, reajuste entre 0% e 5%; e 13 distribuidoras, reajuste inferior a 0%.

No relatório apresentado durante a reunião com o grupo de transição, a Aneel destacou que os percentuais de reajuste dependem de premissas que podem ser alteradas até a homologação dos processos tarifários.

No encontro com o grupo de Minas e Energia, foram abordados ainda temas como a abertura do mercado livre, a evolução das tarifas, a qualidade do serviço, questões relativas à tarifa social, universalização, qualidade do serviço e satisfação do usuário.

Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »