06/12/2022 às 14h20min - Atualizada em 06/12/2022 às 14h20min

Preso, ex-major da PM deve receber indenização de 1,3 milhão da previdência social de MS

O ex-policial ficou sem receber os valores após ter sido presumido óbito do mesmo, após não comparecimento em uma prova de vida

DA REDAÇÃO/CORREIO DO ESTADO
Divulgação
A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que a Agência de Previdência Social do Estado (Ageprev) pague uma indenização de 1,3 milhão a Sérgio Roberto de Carvalho, ex-major da Polícia Militar que está preso na Hungria por tráfico internacional de drogas. 

O ex-policial moveu processo contra Ageprev em 2015. À época, ele cobrava R$ 516.695 em aposentadorias, valor que ele alega não ter recebido devidamente, entre o período de 2011 a 2015. 

Recentemente, no dia 24 de novembro, o juiz Marcelo Andrade Campo Silva determinou o pagamento em R$ 1.313.732,01, valor do crédito devido ao ex-major. 

O ex-policial ficou sem receber os valores após ter sido presumido óbito do mesmo, após não comparecimento em uma prova de vida, época em que o pagamento da aposentadoria foi suspenso, o qual era no valor mensal de R$ 11 mil. 

Saiba mais   

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, o ex-major foi preso em junho deste ano, em Budapeste, na Hungria. 

Conhecido como Pablo Escobar Brasileiro, Carvalho movimentou R$ 2,25 bilhões entre os anos de 2018 e 2020, com exportações de 45 toneladas de cocaína à Europa, conforme informações da Polícia Federal.  

Após desaparecer de Campo Grande em 2016 e iniciar o processo de logística internacional para o tráfico de drogas, Carvalho foi inserido na lista da Interpol em 2018.  

O megatraficante, que foi expulso da PMMS em março de 2018 e condenado a 15 anos de prisão por tráfico de drogas, estava com um passaporte mexicano falso e era procurado pelas polícias do Brasil e da Europa. 

Histórico 

O ex-major ingressou na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul no fim da década de 1980 como comandante do Batalhão Militar de Amambai, área de fronteira do Estado com o Paraguai.  

Na década de 1990, Carvalho já estava envolvido com atos ilícitos, como o contrabando de pneus. Anos depois, o ex-major foi pego contrabandeando uísque.  

Em 1997, Carvalho já transportava cocaína da Colômbia e da Bolívia até o interior de São Paulo. No mesmo ano, o ex-major foi transferido para a reserva remunerada da Polícia Militar de MS. 

No ano seguinte, foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo tráfico de 237 quilos de cocaína. 

Após um longo processo e perda de seu posto e patente, sua aposentadoria foi suspensa em 2010. No entanto, em 2016, conseguiu reaver na Justiça o benefício de R$ 9,5 mil mensais.

Em 2019, o narcotraficante foi novamente condenado, desta vez a 15 anos e três meses de prisão, por usar laranjas em empresas de fachada para movimentar R$ 60 milhões.  

O ex-policial militar também foi condenado, em 2008, a 15 anos de prisão por tráfico de drogas. No Brasil, o Porto de Paranaguá (PR) era o preferido da quadrilha de Carvalho para as remessas de drogas ao Velho Continente.

No território europeu, os integrantes da organização criminosa escolhiam com maior frequência o Porto de Antuérpia, na Bélgica, e depois o de Roterdã, na Holanda.

(Celso Bejarano, Glacea Vaccari e Mariana Moreira colaboraram). 

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