15/06/2023 às 07h25min - Atualizada em 15/06/2023 às 07h25min

Casos de febre maculosa crescem no país, mas MS teve apenas sete registros em 15 anos

Dados do Ministério da Saúde mostram que, historicamente, a doença tem maior incidência na região Sudeste do país

Priscilla Peres
Miidiamax
Carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da Febre Maculosa. Foto: Jerry Kirkhart/Wikimedia

Casos e mortes por febre maculosa recentes, tem assustado a população. Nos últimos dias, três pessoas contraíram a doença após uma festa no interior de São Paulo e morreram. Mas dados do Ministério da Saúde mostram que, historicamente, a doença tem maior incidência na região Sudeste do país.

Para se ter ideia, os dados do Ministério da Saúde revelam que entre 2007 e 2022 foram confirmados apenas sete casos de febre maculosa em Mato Grosso do Sul. O último caso confirmado por aqui foi em 2018, há cinco anos.

Para se ter ideia, enquanto o Centro-Oeste teve apenas 35 casos confirmados nos últimos 15 anos, na região Sudeste os casos confirmados chegam a 119 só em 2022. Na região sul os números também são altos, sendo 46 casos confirmados apenas no ano passado.

 
 

Em relação as mortes por febre maculosa a situação é a mesma. Os números do Ministério da Saúde revelam que em 15 anos apenas duas mortes foram registradas nos estados do Centro-Oeste, ambas no Mato Grosso. Já na região sudeste foram 59 mortes em 2022, com maior incidência em São Paulo.

O que é a febre maculosa?

A febre maculosa é uma doença infecciosa grave que acomete humanos devido a bactéria do gênero Rickettsia. No Brasil a principal forma de transmissão da doença é por meio dos carrapatos, considerados vetores da febre maculosa. A doença só é transmitida a partir do animal, isso significa que não é contagiosa entre humanos.

Conforme o Ministério da Saúde, no Brasil duas espécies da bactéria riquétsias estão associadas a quadros clínicos da Febre Maculosa. A Rickettsia rickettsii, que leva ao quadro de Febre Maculosa Brasileira (FMB) considerada a doença grave, registrada no norte do estado do Paraná e nos Estados da Região Sudeste.

 
 

Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), produzindo quadros clínicos menos graves. O que explica a maior incidência da doença na região Sudeste do país.

Sintomas da doença

O principal sintoma da febre maculosa é a febre alta, seguida por dor de cabeça intensa, náusea e vômitos, diarreia e dor abdominal e dor muscular constante. Outra característica da doença é inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, além de gangrena nos dedos e orelhas.

Além disso, com a evolução da Febre Maculosa é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

 
 

Em casos graves, pode haver paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando paragem respiratória.

Diagnóstico exige realização de exames

Não é simples diagnosticar a febre maculosa, já que nos primeiros dias os sintomas se confundem com outras doenças. Para o diagnóstico correto é necessária a realização de exames laboratoriais mais complexos.

Mas o Ministério da Saúde alerta que o resultado dos exames podem levar semanas. Por isso, se houver suspeita, o médico deve iniciar o tratamento com antibióticos urgentemente, tendo em vista que quanto mais cedo a terapia for iniciada, maiores são as chances de se evitar complicações e morte do paciente.

A partir da suspeita clínica de Febre Maculosa, o tratamento com antibióticos deve ser iniciado imediatamente, mesmo antes do resultado laboratorial.


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