16/04/2024 às 07h10min - Atualizada em 16/04/2024 às 07h10min

Guerra de facções: Trio fez videochamada e se encontrou com atiradores para instruções de atentado em boate

DA REDAÇÃO/MIDIAMAX
Divulgação
Três adolescentes apreendidos em flagrante confessaram que receberam ligação por videoconferência para instruções de como o crime ocorreria, desde a localização até instruções para retirar o alvo de dentro da boate, em Sonora, cidade a 361 km de Campo Grande.  

A funcionária da boate, Sabrina Machado, de 18 anos, foi morta com um tiro no tórax, já o alvo, um adolescente de 13 anos, ficou ferido na perna. No local, a perícia recolheu 13 cápsulas .380 e dois projéteis.

Esta é a 7ª morta na cidade desde o início do ano, envolvendo guerra entre as duas facções.

A polícia chegou até um dos adolescentes através de câmeras de segurança, que o mostram ao lado do alvo. Questionado, o garoto passou a entrar em contradição e passar informações desconexas.

Segundo apurado, o alvo é integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), um adolescente conhecido como “Passarinho”. 

Já o trio é composto por integrantes do CV (Comando Vermelho), sendo que um deles, de 16 anos, inclusive já foi membro da organização criminosa rival.

À polícia, o trio confessou que recebeu a ligação por chamada de vídeo. No relato, eles afirmam ter sido ameaçados e receberam instruções de como o fato ocorreria, desde a localização de “Passarinho” até a indução para tirar o alvo de dentro da boate e acionar os pistoleiros.

O trio se encontrou com os atiradores para combinar algumas coisas. Eles repassaram as características da dupla e reconheceram um deles, conhecido da polícia e envolvido em outro crime.

Diante do fato, os três foram apreendidos em flagrante pelo ato infracional análogo ao homicídio mediante emboscada e por integrar facção criminosa.

Facções tentam controlar narcotráfico em MS

Rota para o tráfico de drogas, Mato Grosso do Sul acabou virando palco para embates entre as duas facções criminosas: PCC (Primeiro Comando da Capital) – que historicamente domina o Estado há pelo menos 25 anos, onde criou uma subsede da facção – e o CV (Comando Vermelho) – que agora tenta ‘invadir' e dominar o Estado gerando guerra entre as facções.

Para o promotor de Justiça do estado de São Paulo, Márcio Sérgio, autor do livro Laços de Sangue – A História Secreta do PCC, em entrevista para o Midiamax, este embate entre as duas facções no Estado está longe de acabar, já que para o CV o Estado tem um papel importante na saída de drogas, assim como para o PCC, que tenta manter a sua hegemonia usando Mato Grosso do Sul como subsede da facção.

Neste embate que passou a surgir em Sonora, o promotor fala da relação de oportunidade que o CV viu ao tentar entrar no Estado para expandir sua rota. “Uma questão estrutural, e que deverá eclodir novamente com mais disputas entre as facções”, fala Márcio.

Mesmo depois da situação controlada pelas forças policiais que deflagraram a Operação Divisa, contra a guerra de facções, o promotor paulista não descarta novos embates entre PCC e CV. “Em algum ponto vai eclodir novamente esta disputa”, falou.

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