Começou nesta sexta-feira, em Nova York, a Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. A expectativa é que o encontro reúna um número recorde de 150 chefes de Estado, que formalizarão uma agenda mundial para melhorar as condições de vida de todas as pessoas do planeta, até 2030.
O documento Transformando Nosso Mundo é resultado de um processo inclusivo de negociação nos últimos dois anos com o envolvimento de governos, entidades sociais e empresas para promover universalmente o desenvolvimento social, a proteção ambiental a prosperidade econômica. A agenda apresenta 17 objetivos e 169 metas a serem adotados de forma voluntária por todos os países-membros a partir de 2016.
Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma continuidade dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), agenda acordada em 2000 pelos países-membros da Organização das Nações Unidas e que tem metas de desenvolvimento até o final de 2015.
O assessor sênior da Organização das Nações Unidas (ONU) Haroldo Machado Filho destaca que, enquanto os ODM tinham como foco 1 bilhão de pessoas que viviam na pobreza extrema no ano 2000, em países em desenvolvimento, os ODS são mais ambiciosos ao abordar questões que atingem todas as pessoas e países, ampliando o compromisso global por um mundo melhor. Ele avalia que as mudanças no mundo nos útlimos 15 anos abriram espaço para uma abordagem mais abrangente dos desafios mundiais.
– Desde 2000, começaram vários conflitos no mundo e problemas ambientais graves se intensificaram. O mundo hoje é muito mais conectado, a informação circula de forma mais rápida e flúida. Essas mudanças ajudaram a dar visibilidade à maior parte dos problemas e mazelas do mundo – destacou.
Agenda
Para o especialista, a nova agenda é mais ambiciosa do que a anterior. “O documento traduz a necessidade de maior integração das dimensões sociais, econômicas e ambiental. A proposta reúne objetivos que perpassam essas três dimensões e trazem uma série de temáticas que não constavam nos ODM.”
A assessora internacional da Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong), Maira Vannuchi, conta que os debates sobre a nova agenda mundial começaram na Cúpula dos Povos em 2012, no Rio de Janeiro, encontro de movimentos sociais no âmbito da Rio+20. “Percebemos que o desenvolvimento sustentável reúne as bandeiras dos movimentos sociais de todo o mundo e seguimos por esse caminho. Além de ter avançado muito por ter sido construído coletivamente, é uma agenda ousada que integra as diversas áreas dos movimentos sociais, une as diversas demandas.”