29/09/2015 às 11h12min - Atualizada em 29/09/2015 às 11h12min

MPE pede prisão de Olarte e Amorim e afastamento de 17 vereadores

Também foi pedida a prisão de empreiteiro de MS, João Amorim. Peritos recuperaram cerca de 5 mil mensagens de texto trocadas

Conjuntura Online
Prefeito afastado Gilmar Olarte pode ser preso

A Justiça de Mato Grosso do Sul analisa o pedido de prisão do prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP). O pepista era vice-prefeito e suspeito de ter participado de um suposto esquema de compra de votos para cassar o prefeito Alcides Bernal (PP).

O processo está nas mãos do desembargador Luiz Carlos Bonassini, do Tribunal de Justiça (TJ-MS). Além de Olarte, também foi pedida prisão do empreiteiro João Amorim. Os pedidos foram feitos pelo MPE-MS (Ministério Público do Estado) na semana passada.

Além disso, o MP-MS quer o afastamento de 17 vereadores da Câmara da capital sul-mato-grossense: Paulo Siufi, Carla Stephanini, Vanderlei Cabeludo e Edil Albuquerque, do PMDB; Jamal Salém (PR), Chiquinho Telles, Coringa e Delei Pinheiro, do PSD; Professor João Rocha (PSDB); Eduardo Romero, Flávio César e Otávio Trad, do PT do B; Engenheiro Edson Shimabukuro (PTB); Gilmar da Cruz (PRTB); Chocolate (PP); Airton Saraiva (DEM), Carlão Borges (PSB).

A produção da TV Morena tentou falar com todos os vereadores. A maioria não atendeu às ligações. Os vereadores Jamal Salém, Otávio Trad, Chocolate, Eduardo Romero, Flávio César, Edson Shimabukuro e Coringa informaram que não estão sabendo do pedido de afastamento.

Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) dizem acreditar que Olarte e João Amorim encabeçaram a organização para cassar Bernal, em março de 2014. Os investigadores concluíram que para garantir a cassação, o empreiteiro comprou votos dos vereadores.

O empreiteiro tinha interesse em cassar Bernal para que Olarte assumisse a prefeitura. Amorim também é investigado pela Polícia Federal por supostas fraudes em licitações e desvio de recursos públicos.

Peritos do instituto de criminalística analisaram o conteúdo de 17 aparelhos celulares apreendidos pela operação Coffee Break. Em menos de um mês de trabalho foram recuperadas mais de cinco mil páginas de mensagens de textos trocadas pelos suspeitos.

O material agora está sendo avaliado pelos promotores. Baseado na investigação, o TJ-MS afastou Olarte do cargo de prefeito há um mês. No mesmo dia, o tribunal reconduziu Bernal ao cargo em outro processo.

Coffee Break

A operação Coffee Break foi deflagrada em 25 de agosto, e cumpriu 13 conduções coercitivas, quando a pessoa é levada obrigatoriamente a prestar depoimento. O nome desta nova ação, inclusive, conforme o coordenador do Gaeco, o promotor de Justiça, Marcos Alex Vera de Oliveira, é uma referência ao “cafezinho”, que seria como os suspeitos da outra operação se referiam ao pagamento de propinas.

O prefeito Gilmar Olarte, e o presidente da Câmara Municipal, Mário César Fonseca (PMDB), foram afastados dos seus cargos no mesmo dia, em razão da suspeita de corrupção ativa e passiva na votação da Câmara que cassou o mandato do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014.

O vice-presidente da Câmara, Flávio César (PT do B), chegou a anunciar que assumiria a chefia do Executivo durante pronunciamento. Entretanto, durante a tarde de 25 agosto por 2 votos a 1, os desembargadores da 1ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul ) determinaram a volta de Alcides Bernal à chefia do Executivo campo-grandense.


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