08/10/2015 às 00h00min - Atualizada em 08/10/2015 às 00h00min

Palestinos e israelenses: nova onda do terror mútuo

CORREIO DO BRASIL
Nesta semana quatro israelenses e cinco palestinos foram mortos em Jerusalém

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu proibiu aos ministros israelenses e legisladores de visitar o Monte do Templo, local santo de Jerusalém, onde tensões estão aumentando. Uma nova onda de ataques palestinos provoca temores de uma terceira intifada (rebelião popular palestina contra Israel).

No incidente mais recente, um palestino de 19 anos de idade feriu um estudante do seminário judeu em uma estrada principal em Jerusalém na quinta-feira. Segundo a polícia, o assaltante foi preso no local do crime. A vítima está numa condição grave depois de ataque com uma faca ao pescoço.

Nesta semana quatro israelenses e cinco palestinos foram mortos em Jerusalém. O Crescente Vermelho palestino disse que 288 palestinos foram feridos durante confrontos com as forças de segurança de Israel.

Depois de um protesto de direita contra a proposta de Benjamin Netanyahu, os oficiais israelenses esclareceram que a proibição de visitas de políticos ao Monte de Templo na Cidade Velha de Jerusalém também incluiria parlamentares árabes. O Monte de Templo é um lugar sagrado tanto para os judeus, quanto para os muçulmanos. Nos tempos contemporâneos neles está cituada a mesquita de al-Aqsa.

No comunicado o governo disse que o passo teve como objetivo “acalmar a situação em torno do Monte do Templo”.

Nas últimas semanas, no local sagrado havia confrontos entre atiradores de pedras palestinos e a polícia israelense. Os confrontos provocaram temores de uma revolta mais ampla.

Funcionários do governo israelense acusaram líderes palestinos de jogar em preocupações muçulmanas sobre al-Aqsa para incitar palestinos à violência.

Ao mesmo tempo, as autoridades militares israelenses notaram que a cooperação de segurança com a Autoridade Palestina que exerce autogoverno limitado na Cisjordânia continua.

Na última terça-feira de noite as autoridades israelenses e palestinas, supostamente, se encontraram para conversações de segurança na Cisjordânia. Na quarta-feira houve apelos a partir da União Europeia para a calma e retorno ao diálogo político.

Israel e a Palestina não têm realizado negociações de paz desde 2014.

No entanto, a tensão entre as partes continua. O prefeito de Jerusalém Nir Barkat nesta quinta-feira pediu a todos os residentes de Jerusalém que têm licenças de armas para as transportar.

– Dada a atual escalada (da violência) na situação de segurança, as pessoas com uma arma de fogo licenciado que sabem o que fazer com ela devem sair com a (sua arma),é um imperativo”, disse Barkat à Army Radio de Israel nesta quinta. “De certa forma, é como um dever de reserva militar”.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também comentou a situação e tentou acalmar os cidadãos:

– Civis israelenses estão na vanguarda da guerra contra o terrorismo e também devem estar em alerta máxima – disse ele na quarta-feira após uma visita ao quartel da polícia de Jerusalém. “O objetivo do terrorismo é espalhar o medo, e a maneira de o derrotar é manter a calma e resiliência, tanto a nível nacional como pessoal”, disse o premiê.

Netanyahu, que adiou uma visita à Alemanha para combater a violência que se desencadeou há três semanas, acrescentou:

– Nós já vivíamos nos tempos piores  do que isso, e nós vamos superar esta nova onda de terror por manter a nossa determinação, responsabilidade e unidade.

Vídeos no Facebook e YouTube

O governo de Israel informou nesta quinta-feira que pediu ao Facebook e ao YouTube que retirem vídeos que considera terem estimulado a violência de palestinos contra israelenses na última semana.

Quatro israelenses foram mortos em Jerusalém e na Cisjordânia na semana passada, e dois palestinos foram mortos a tiros e dezenas ficaram feridos em atritos com as forças de segurança. Três supostos agressores palestinos foram mortos pela polícia.

Emmanuel Nahshon, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, forneceu um trecho de uma carta enviada ao Google Israel, cuja matriz é proprietária do YouTube, e disse que também foram feitos contatos com o Facebook.

– Os vídeos exibem ataques terroristas recentes, louvam os agressores e mostram judeus e israelenses de forma raivosa e racista, e desde sua publicação mais três ataques ocorreram até o momento – afirma a carta.

Representantes do Facebook e do Google declararam que não podem comentar sobre vídeos específicos ou contatos com governos.

– O YouTube tem políticas claras que proíbem conteúdos como violência gratuita, discurso de ódio e incitação ao cometimento de atos violentos, e retiramos vídeos que violam estas políticas quando alertados por nossos usuários – afirmou Paul Solomon, porta-voz do Google.

A carta ao Google mencionou dois links de vídeos do YouTube, um dos quais já foi removido.

 


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